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Libertado da prisão, opositor de Maduro telefonou e pediu ajuda do Brasil, diz Temer

9.jul.2017 - O oposicionista Leopoldo López cumprimenta simpatizantes a partir de sua casa, onde está em prisão domiciliar, em Caracas (Venezuela) - Boris Vergara/Xinhua
9.jul.2017 - O oposicionista Leopoldo López cumprimenta simpatizantes a partir de sua casa, onde está em prisão domiciliar, em Caracas (Venezuela) Imagem: Boris Vergara/Xinhua

Do UOL, em São Paulo

14/07/2017 12h01

O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (14) que recebeu uma ligação de Leopoldo López, líder da oposição a Nicolás Maduro na Venezuela, libertado da cadeia para um regime de prisão domiciliar no último dia 8 após mais de três anos preso.

"Recebi, há pouco, telefonema de Leopoldo López. Pareceu bem disposto e firme em sua luta pelo restabelecimento da democracia na Venezuela. López agradeceu apoio do Brasil nos dias mais difíceis no cárcere. Pediu corredor humanitário para envio de alimentos e remédios para o povo", escreveu Temer no Twitter.

"Reafirmei apoio do Brasil à sua plena liberdade e repúdio a prisões políticas. O Brasil está ao lado do povo venezuelano. Há que respeitar o Estado de Direito, a democracia, os direitos humanos", completou o presidente.

Leopoldo López, de 46 anos, deixou o presídio militar de Ramo Verde, perto de Caracas, na madrugada do sábado e passou a cumprir prisão domiciliar, concedida por "problemas de saúde", segundo o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela.

Em entrevista à AFP no domingo, o pai de López, Leopoldo López Gil, afirmou que o filho teve uma infecção geral na penitenciária e está "muito fraco" de saúde. "Seus médicos estão fazendo uma revisão para determinar quão sério é seu estado", disse.

Apesar disso, ele foi visto em bom estado no fim de semana, agitando uma bandeira da Venezuela em sua casa, em Caracas, diante de militantes. Através de uma carta lida pelo deputado Freddy Guevara, líder de seu partido, ele disse que a prisão domiciliar era "um passo para a liberdade".

"Não tenho ressentimento algum nem vontade de desistir. Nós estamos jogando com a liberdade de todos os presos políticos, porém o mais importante é a liberdade do povo da Venezuela e se isso significar minha volta à prisão, estou mais que disposto. Reitero a todo o povo da Venezuela meu compromisso de lutar até lograr a liberdade de nosso país", escreveu López.

O opositor de Maduro estava na prisão de Ramo Verde desde o dia 18 de fevereiro de 2014, quando se entregou voluntariamente à polícia após ter sido expedido um mandado de detenção contra eles pelos incidentes ocorridos em uma manifestação seis dias antes convocada por ele e outros. Em setembro de 2015, López foi condenado a quase 14 anos de prisão pelos fatos ocorridos na manifestação de 12 de fevereiro.

Sua prisão provocou a ira de manifestantes contrários a Maduro, com a onda de protestos permanecendo crescente nos últimos anos. Mais de 90 pessoas já morreram em manifestações no país apenas nos últimos três meses, quando os protestos se intensificaram.

A crise na Venezuela

AFP