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Em seis meses, atuação de membros da família Trump foi pedra no sapato do governo

9.nov.2016 - A família Trump após a vitória na eleição: o presidente Donald, Barron (filho), a primeira-dama Melania, Jared Kushner (genro), Ivanka (filha), Tiffany (filha), Vanessa Haydon (nora), Donald Jr. (filho), Eric (filho) e Lara Yunaska (nora) - Mark Wilson/Getty Images/AFP - Mark Wilson/Getty Images/AFP
9.nov.2016 - A família Trump após a vitória na eleição: o presidente Donald, Barron (filho), a primeira-dama Melania, Jared Kushner (genro), Ivanka (filha), Tiffany (filha), Vanessa Haydon (nora), Donald Jr. (filho), Eric (filho) e Lara Yunaska (nora)
Imagem: Mark Wilson/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

22/07/2017 04h00

A família Trump é uma anfitriã diferente na Casa Branca. Diferentemente de outros presidentes dos Estados Unidos, o empresário colocou seus parentes atuando de forma direta no governo. A presença da filha Ivanka e, principalmente, do genro Jared Kushner gerou críticas a Donald Trump e acusações de nepotismo.

Mais velha entre as filhas, Ivanka, 35, é conselheira do presidente, um cargo que, em tese, não é central na Casa Branca.

Apesar disso, ela sempre acompanha o pai em encontros importantes e chegou até a ocupar a cadeira de chefe de Estado em uma reunião do G20 na Alemanha, quando Trump se ausentou brevemente, decisão que rendeu críticas ao presidente. "Caso um membro de seu gabinete estivesse presente, era ele quem deveria representar os EUA. A cadeira é dos EUA e não da família Trump", disse o senador democrata Chris Coons.

Seu marido, Jared Kushner, 36, é um dos principais membros do gabinete de Trump, ocupando o cargo de conselheiro sênior do presidente - apesar de, assim como Ivanka, não receber salário na função. Ele participa das decisões estratégicas mais importantes do governo Trump e já intermediou conversas de paz entre o líder palestino Mahmud Abbas e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.

Kushner também atuou na campanha eleitoral de Trump e participou de duas reuniões polêmicas antes da posse. Primeiro, em junho de 2016, encontrou com outros membros da campanha a advogada russa Natalia Veselnitskaya, que alegava ter material prejudicial a Hillary Clinton.

Depois, em dezembro, ele se reuniu com o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak. Nesse encontro, ele teria pedido um canal direto de comunicação com o Kremlin, gerando novas acusações ao governo Trump, que tem membros investigados pelo FBI - Kushner entre eles - por um suposto conluio com a Rússia para afetar a eleição de 2016 em favor de Trump.

O primogênito de Trump, Donald Jr, 39, não ocupa o gabinete presidencial - é o diretor executivo das Organizações Trump, na ausência do pai. Mas ele se envolveu em uma polêmica na campanha, ao marcar e presenciar o encontro com a advogada russa. Trump Jr. divulgou no Twitter o conteúdo dos e-mails em que agendou a reunião, confirmando que o material comprometedor a Hillary, oferecido pelos russos, era o principal motivador do encontro.

Além das acusações, seus familiares também são questionados pelos negócios no exterior. A empresa de Ivanka, por exemplo, importa peças de confecção de países da Ásia, em contraponto a uma das maiores bandeiras de seu pai: que as empresas produzam dentro dos Estados Unidos e gerem emprego no país.

Já a empresa da família Kushner, segundo o "New York Times", teria se beneficiado de uma lei assinada pelo novo presidente que vai ajudar a companhia a atrair investidores chineses a um empreendimento em Nova Jersey.

Enquanto isso, a primeira-dama Melania tem comportamento mais discreto na Casa Branca, se destacando apenas nas viagens ao exterior, onde ela inclusive trocou piadas com o papa sobre a dieta de Trump.