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Morre o bebê Charlie Gard, após longa batalha judicial

Reprodução/Telegraph
Imagem: Reprodução/Telegraph

Do UOL, em São Paulo

28/07/2017 14h54Atualizada em 28/07/2017 21h22

Morreu nesta sexta-feira (28) o bebê britânico Charlie Gard, uma semana antes de completar um ano de idade e após uma longa batalha judicial protagonizada pelos seus pais.

"Nosso lindo bebezinho se foi, estamos tão orgulhosos de você, Charlie", disse nota divulgada pela mãe, Connie Yates. 

Chris Gard e Connie Yates, os pais do menino de 11 meses afetado pela síndrome de miopatia mitocondrial, lutaram durante meses para poder transferir seu filho aos Estados Unidos e submetê-lo a um tratamento experimental, contra o parecer do hospital londrino Great Ormond Street, que tratava o bebê.

Na véspera de sua morte, Charlie foi transferido do hospital onde estava internado para uma casa de repouso dedicado a pacientes terminais (denominado "hospice", em inglês). Os aparelhos que o mantinham vivo foram desligados em seguida. 

Os pais de Charlie, de 11 meses, queriam que ele passasse seus últimos dias em sua casa em um bairro do oeste de Londres, mas o hospital alegou que não havia condições práticas para realizar a transferência. Os dois lados não conseguiram entrar em acordo.

Entenda o caso do bebê Charlie Gard

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"O hospital nos negou o nosso último desejo", disse a mãe de Charlie, Connie Yates, segundo a BBC.

"Apesar de nós e nossa equipe jurídica trabalharmos incansavelmente para organizar esta tarefa quase impossível, o juiz ordenou contra o que decidimos e concordou com o que o hospital pediu", disse. "Isso, consequentemente, nos dá muito pouco tempo com nosso filho".

Em uma nota emotiva em meio às disputas judiciais em torno do tratamento ao bebê, Connie Yates afirmou que seu filho "tinha um impacto maior, e tocou muito mais pessoas neste mundo em seus onze meses de vida do que a maioria das pessoas em uma vida inteira".

"Deus não desliga os aparelhos", diz Vaticano

O papa Francisco usou seu perfil no Twitter para lamentar a morte do bebê britânico Charlie Gard, que o Vaticano tentou tratar em seu hospital infantil situado em Roma. "Confio ao Pai o pequeno Charlie e rezo pelos seus pais e as pessoas que o amaram", escreveu o Pontífice.

O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Vincenzo Paglia, lamentou a morte do bebê britânico. Em uma entrevista à "Rádio Vaticano", o religioso disse que "o amor de Deus nunca desliga os aparelhos". "Esse caso nos incentiva a dizer três grandes 'nãos': à eutanásia, ao abandono e à agressividade terapêutica", declarou. 

Já a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse estar "profundamente entristecida" com o falecimento da criança. "Meus pensamentos e orações vão para os pais de Charlie", declarou. (Com agências internacionais)