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Aéreas cancelam voos para Caracas no fim de semana por questões de segurança

Pessoas fazem fila diante de uma agência da empresa aérea colombiana Avianca em Caracas; a companhia é uma das que deixaram de voar para a Venezuela - Cristian Hernández/EFE
Pessoas fazem fila diante de uma agência da empresa aérea colombiana Avianca em Caracas; a companhia é uma das que deixaram de voar para a Venezuela Imagem: Cristian Hernández/EFE

Do UOL, em São Paulo

29/07/2017 16h12

Empresas aéreas estão cancelando voos para Caracas, na Venezuela, por razões de segurança. A companhia aérea espanhola Iberia cancelou dois voo entre Madri e Caracas neste domingo (30) devido à "delicada situação" na Venezuela, que geram "dificuldades operacionais e de segurança".

Em comunicado, a direção da Iberia informou que decidiu cancelar dois voos programados nos dois sentidos neste domingo, quando ocorrerão as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela.

A Air France também suspendeu os voos entre Paris e Caracas de domingo até a próxima terça-feira. "Air France recorda que a segurança de seus clientes e de suas tripulações é prioridade. A companhia acompanha a situação em tempo real e informará seus clientes sobre qualquer evolução de seu programa de voos". "Medidas comerciais excepcionais serão propostas a nossos clientes que viajam a partir e para Caracas nos próximos dias", destacou a Air France.

A Iberia explicou aos clientes prejudicados pelo cancelamento que oferecerá a melhor alternativa de viagem em novas datas, a possibilidade de reembolso da passagem ou a recolocação em outras companhias aéreas.

Os próximos voos da Iberia entre as capitais de Espanha e Venezuela estão marcados para a próxima quarta-feira. A companhia está acompanhando a situação em Caracas e informará aos clientes sobre qualquer mudança no seu programa de voos.

"A companhia tem a melhor vontade e a disposição de retomar as operações na Venezuela. Enquanto isso, a prioridade é preservar a segurança dos passageiros, da tripulação e de todos os funcionários que atuam nos nossos voos", disse a Iberia na nota.

Atualmente, a Iberia mantém três voos semanais entre Madri e Caracas. Eles ocorrem às quartas e quintas-feiras e aos domingos.

Avianca também encerrou operações

Nesta semana, a Avianca suspendeu os voos que faziam as rotas entre Bogotá, na Colômbia, a Caracas, e Lima até a capital venezuelana. Inicialmente, isso iria ocorrer a partir de 16 de agosto, mas a empresa mudou de ideia pela delicada situação enfrentada pelo país vizinho. "Devido às limitações de operação e de segurança registradas nas últimas horas, a Avianca tem a obrigação de suspender a partir de hoje suas operações na Venezuela, e não a partir de 16 de agosto, como estava previsto", disse a empresa em comunicado.

Outras empresas aéreas que cancelaram suas rotas foram United, Air Canada, Lufthansa, Alitalia, Latam, Tiara Air, Gol e Aeroméxico.

Documentos obtidos pela Efe mostram que esses riscos citados pelas companhias áreas vão de deficiências na infraestrutura aeroportuária, como falhas no fluxo elétrico e conexão de internet, o que dificulta o planejamento adequado dos voos, à demarcação inadequada das pistas de circulação e decolagem.

Também há deterioração e avarias em equipamentos de assistência em terra, como guindastes e carros de segurança do aeroporto internacional Simón Bolívar, que atende Caracas.

Além disso, foram registrados problemas recorrentes com o combustível, porque as equipes de fornecimento não são inspecionadas e não têm as certificações exigidas pelos padrões de qualidade para uma operação segura. Essa situação já provocou vazamento e derramamento de combustível na hora do abastecimento, indicaram fontes consultadas pela Efe.

Os relatórios também indicam problemas na falta de treinamento dos funcionários que realizam tarefas especializadas em terra, além de alto percentual de roubo e saque de bagagens.

Diante da deterioração da segurança na Venezuela, tripulantes da Avianca foram vítimas de assalto várias vezes nos deslocamentos entre o aeroporto e hotel, razão pela qual a companhia tinha suspendido há meses a pernoite em Caracas. (Com agências internacionais)