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Peru expulsa o embaixador venezuelano e dá cinco dias para ele deixar o país

Federico Parra/ AFP
Imagem: Federico Parra/ AFP

Do UOL, em São Paulo

11/08/2017 18h03

O governo do Peru decidiu nesta sexta-feira (11) expulsar o embaixador da Venezuela no país, Diego Alfredo Molero Bellavia, por ruptura da ordem democrática no país governado por Nicolás Maduro. O diplomata tem cinco dias para deixar o território peruano.

No mesmo comunicado, a chancelaria disse que considerou como "não recebida a nota de protesto do governo da Venezuela sobre a Declaração de Lima, por conter termos inaceitáveis".

Nesta semana, chanceleres de 17 países americanos se reuniram em Lima e rejeitaram a Assembleia Constituinte eleita por Maduro, condenando a ruptura de ordem democrática na Venezuela e isolando ainda mais o governo de Maduro. O grupo ainda apoiou a decisão do Mercosul, anunciada no Brasil no fim de semana, de suspender a participação da Venezuela do bloco.

Em declarações feita a jornalistas nesta semana, o ministro das Relações Exteriores peruano, Ricardo Luna, afirmou que o Peru teme que a Venezuela se encaminhe a uma guerra civil devido ao agravamento da crise política e econômica do país. O chanceler do Peru disse que Maduro está mais isolado do que nunca desde a instalação de uma questionada Assembleia Constituinte, e que seu governo carece de apoio interno para manter o poder durante décadas, como fez sua aliada Cuba.

Mais de 120 pessoas morreram e dezenas foram presas durante uma onda de protestos contra Maduro, que a oposição aponta como o responsável pela grave crise política e econômica que a nação caribenha atravessa.

A inflação venezuelana chegou aos três dígitos em meio a um cenário de escassez de alimentos e recessão econômica. Maduro, por sua parte, garante que as manifestações da oposição são financiadas pela direita e almejam tirá-lo do poder.

No domingo as Forças Armadas da Venezuela controlaram uma rebelião militar na cidade central de Valência liderada por um capitão aposentado, uma ação que o governo classificou como um ato "terrorista".

Os venezuelanos veem as Forças Armadas como o principal núcleo de poder no país, e a oposição vem exortando repetidamente os militares a romperem com Maduro, mas o alto escalão declarou sua lealdade ao mandatário. (Com agências internacionais)