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Trump diz que existe culpa em "ambos os lados" nos confrontos ocorridos em Virgínia

Nicholas Kamm/ AFP
Imagem: Nicholas Kamm/ AFP

Do UOL, em São Paulo

15/08/2017 17h57Atualizada em 16/08/2017 09h05

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira (15) que existe culpa em "ambos os lados" pelos confrontos ocorridos em Virgínia durante o último fim de semana. "Há dois lados em uma história", disse Trump a jornalistas na Trump Tower, em Nova York, onde ele reagiu com agressividade a perguntas sobre sua reação à violenta marcha de supremacistas brancos realizada em Charlottesville e que terminou em um banho de sangue.

"Observei atentamente, muito mais atentamente do que a maioria das pessoas. Havia um grupo de um lado que era agressivo e outro grupo do outro lado que também era muito violento. Ninguém quer dizer", afirmou. "O que dizer da 'esquerda alternativa' que atacou a 'direita alternativa', como vocês dizem? Eles não têm nenhuma parcela de culpa? Têm um problema? Eu acho que sim", disse.

"Eu acho que houve culpa em ambos os lados e não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Vocês não têm nenhuma dúvida sobre isso também", disse Trump durante uma entrevista coletiva em Nova York. O presidente americano classificou o episódio como "terrível", mas reforçou que nem todos que participaram dos protestos na cidade eram neonazistas ou membros de grupos supremacistas brancos.

"Condenei os neonazistas, condenei vários outros grupos, mas nem todas essas pessoas são neonazistas ou supremacistas brancos, várias pessoas estavam lá para protestar contra a destruição das estátuas", disse Trump.

Quando consultado porque esperou até a segunda-feira para condenar explicitamente os grupos de ódio presentes em Charlottesville no fim de semana, Trump disse que quis ser cuidadoso para não dar uma "declaração apressada" sem o conhecimento de todos os fatos.

Ele chamou o suposto simpatizante nazista, que jogou o próprio carro contra manifestantes anti-racismo - um ataque que matou uma mulher - de uma "desgraça para si próprio, sua família e seu país".

O presidente também defendeu o polêmico estrategista-chefe da Casa Branca, o ultradireitista Steve Bannon, ao afirmar: "Eu gosto do senhor Bannon. Ele é meu amigo... É um homem bom. Ele não é um racista".

"Unir a Direita"

Trump vem enfrentando uma avalanche de críticas de democratas e de membros de seu próprio Partido Republicano devido à sua resposta inicial aos episódios de violência de sábado em torno da manifestação em Charlottesville.

O problema surgiu depois que centenas de nacionalistas brancos convergiram em Charlottesville para protestar contra planos de remover uma estátua do general Robert E. Lee, comandante do Exército confederado pró-escravidão na Guerra Civil dos EUA.

As brigas de rua explodiram quando os nacionalistas brancos encontraram com manifestantes contra o racismo. Um carro foi lançado contra o grupo antirracismo, matando uma mulher e ferindo outras 19 pessoas.