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Um dos líderes da KKK admitiu que ficou "feliz que aquela garota tenha morrido"

Justin Moore, à direita, admitiu que ficou feliz com a morte de Heather Heyer - Reprodução/WBTV
Justin Moore, à direita, admitiu que ficou feliz com a morte de Heather Heyer Imagem: Reprodução/WBTV

Colaboração para o UOL

16/08/2017 10h21

“Fiquei feliz que aquela garota tenha morrido”. Foi com esta frase que Justin Moore, líder da Ku Klux Klan no estado da Carolina do Norte (Estados Unidos), definiu o protesto do grupo da supremacia branca que aconteceu no último final de semana na cidade de Charlottesville, no estado da Virgínia, e acabou com a morte de Heather Heyer, além de diversos feridos.

“Posso dizer que fiquei satisfeito de ver aquelas pessoas sendo atingidas e de saber que aquela garota morreu”, disse Moore, em entrevista à WBTV na última segunda-feira (14). “Eles eram apenas um bando de comunistas protestando contra o direito de expressão de alguém. Então, não me incomodo de forma alguma que eles tenham se machucado e acredito que vamos ver mais coisas como essa acontecendo nos próximos eventos”.

heather - Chip Somodevilla/Getty Images/AFP - Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
Heather Heyer morreu no atropelamento do último fim de semana
Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

Heather foi atropelada por James Allen Fields Jr quando estava com um grupo de protestantes que enfrentava os integrantes da supremacia branca. Em alta velocidade, ele jogou o carro em direção aos manifestantes, matando a mulher e ferindo outras 19 pessoas, antes de fugir do local.

“Nosso protesto deveria ter sido pacífico. Porém, os anti-fascistas e comunistas tentaram nos impedir. Os brancos já estão ficando cansados deste tipo de atitude e de como a imprensa está sendo controlada. Então, acredito que outros incidentes como esse ainda vão acontecer”, afirmou Moore.

Nos quarteis da entidade, é possível encontrar outras menções ao nome de James Allen. Em uma mensagem gravada na secretária eletrônica, o grupo celebra a morte de Heather, afirmando que ‘nada deixa a KKK mais feliz do que ver um branco patriota atropelar comunistas’: “Nós o saudamos, James Fields. A força da raça branca depende de homens como você”.

Apesar de todo o discurso de ódio e de ter perdido a filha de maneira trágica, Mark Heyer, pai de Heather, disse que perdoa o assassino e que espera que essa lição possa ser passada para os dois lados do conflito.

“Ela era uma mulher forte, que tinha opiniões sensatas sobre a igualdade para todos e tentou se manter firme a essas ideias. Com ela, não eram apenas palavras, mas sim ações. Agora, só posso dizer que perdoo quem fez isso, pois foi assim que aprendi, e espero que eles também saibam fazê-lo”, afirmou ele.