Com policiamento reforçado, local de atentado em Barcelona tenta retomar rotina
Pedro, 21, prefere não falar o sobrenome. Ele vende souvenires em uma barraca nas Ramblas, em Barcelona, palco de um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico na última quinta-feira (17) e que deixou 14 mortos. As lembranças da van de cor branca passando ao lado em alta velocidade e atropelando pedestres perturbam. Mas a rotina foi reiniciada. "Há que trabalhar", explicou.
O sábado nas Ramblas foi marcado pela reabertura de todo o comércio. Ruas para o acesso de veículos já não estão mais bloqueadas. O que mudou é o forte policiamento no local.
São mais de 200 policiais armados na região. O turista francês, Florent, prefere andar ao lado de um deles: “Fica complicado não pensar no que aconteceu”.
A mensagem do governo catalão para a população foi de volta à rotina. Por conta disso, as lojas fechadas na sexta-feira, um dia após o atentado, estão reabertas. Assim como todas as barracas montadas nas Ramblas. Os artistas de rua também podem trabalhar em paz.
"Não somos da base [das Ramblas], mas trata-se de uma medida urgente. Difícil saber até quando ficaremos aqui, mas os turistas já passam a sensação de tranquilidade”, contou um policial à reportagem.
Na reabertura do comércio, o destaque é a “Boqueria”. O tradicional mercado das Ramblas é o ponto de maior visitação de turistas. No dia do atentado, o local foi tomado pelos pedestres.
“Isso ficou abarrotado. Pessoas se empurrando, algumas jogadas no chão. Gritos. Duro de lembrar”, explicou Josep Gutierez, proprietário de uma barraca de frutas na entrada do mercado.
O sábado nas Ramblas também foi dia de um intenso interrogatório no comércio. Donos e funcionários de lojas foram procurados pela polícia.
“Não vi, nem ninguém aqui viu o que aconteceu. Mas temos câmeras de vigilância e um conhecimento da rotina da região. Esperamos poder ajudar”, comentou Gerard Arraza, funcionário da loja NBA Café, localizada em área das Ramblas próxima à praça Catalunha.
Alguns comerciantes têm informações precisas sobre o atentado. É o caso de Pedro. Na conversa com a reportagem, a fala baixa e o pedido para que mais perguntas não fossem feitas, dão o tom de que voltar à rotina ainda é doloroso para muitos.
“Vi a van passando na minha cara. Não tive tempo de me mover, mas não fui atingido. Na hora que acontecia já sabia que era atentado. Minha preocupação foi a de tirar as pessoas do chão. Achava perigoso. Chega...há que trabalhar”, repetiu Pedro.
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