Menina adotada por muçulmanos tem a guarda dada a avó após polêmica na Inglaterra

Em meio a uma época de ódio religioso, a notícia de que uma menina cristã de 5 anos teve sua guarda provisória concedida a duas famílias muçulmanas não-falantes de inglês e que a obrigaram a tapar o rosto para sair na rua gerou polêmica na Inglaterra. A repercussão foi tão grande que, um dia depois da revelação, uma juíza - também muçulmana - resolveu conceder a guarda da criança à avó.
O caso foi publicado na segunda-feira pelo The Telegraph, um dos jornais mais conservadores da Europa, e também pelo The Times. Sem revelar a história por trás da menina, ambos noticiaram a existência um relatório que aponta que ela passou por duas famílias muçulmanas num período de seis meses, teve que arrancar o crucifixo que carregava no peito e passou a ser proibida de comer carne de porco. Ela ainda teria tido que começar a aprender árabe, porque as famílias não falam inglês.
Segundo o Times, em uma das casas sua mãe cuidadora usava um niqab, enquanto que, na outra, a mãe usava uma burca, ambas cobrindo completamente o rosto. A menina, que mantém encontros regulares com a mãe natural, disse a ela que "o Natal é estúpido", indicando ter assimilado aspectos da cultura muçulmana, que não reconhece a festividade. Nessas conversas, sempre monitoradas, a criança teria demonstrado angústia e tristeza.
O Telegraph lembrou, na segunda, que, pelos procedimentos de adoção no Reino Unido, as autoridades locais devem considerar os fundamentos religiosos, raciais, culturais e linguísticos ao promover decisões.
Na terça, a juíza Khatun Sapnara reviu a decisão e afirmou que o melhor interesse para a menina é seguir com a sua família, que pode mantê-la segura, garantir seu bem-estar e dar ela tudo que ela precisa "em termos de etnicidade, cultura e religião".
Durante o julgamento, o conselheiro Kevin Gordon, representante do Conselho de Tower Hamlets, alegou que a menina teve que ser levada à casa de cuidadores muçulmanos porque não havia casais ingleses disponíveis à época na região. O Times lembra, porém, que, na Inglaterra, 88% dos casais que se listam para acolher crianças são brancos, enquanto 77% das crianças são de outras etnias, o que obriga que o usual seja o contrário.
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