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Fome, trabalho forçado e mortes: relatório expõe campos de prisioneiros norte-coreanos

Wong Maye-E/ AP
Imagem: Wong Maye-E/ AP

Colaboração para o UOL

31/08/2017 09h43

Documentos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos apontam que há campos de prisioneiros na Coreia do Norte - e há muito tempo. De acordo com os relatórios, que dão novos detalhes destes campos, os encarcerados são submetidos a condições sub-humanas em trabalhos de construção e mineração.

“A fome induzida é comum entre os prisioneiros, que são obrigados a capturar e comer roedores, sapos e cobras”, afirma o documento, de acordo com a rede americana CBS.

O relatório aponta ainda que, se muitos dos presos não morrem espancados pelos guardas, morrem de fome. Segundo a CBS, um ex-carcereiro disse que entre 1.500 e 2 mil prisioneiros morrem anualmente porque não tem acesso à comida.

O documento refere-se aos prisioneiros como “esqueletos ambulantes” e “aleijados”. Alguns dos campos deixam seus presos em regimes de solitária. 

Segundo a rede americana, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos diz ainda que os prisioneiros podem estar ajudando a construir um local para testes nucleares. Os detidos seriam “inimigos do Estado”, pessoas acusadas de falar mal do regime, envolverem-se em atividades antigovernamentais ou por não serem produtivas nos seus trabalhos.

Um dos campos, segundo o relatório, teria mais de 37 mil hectares. Yodok, como é chamado, é cercado por cercas elétricas e arame farpado e é protegido por mais de mil soldados.

De acordo com a Anistia Internacional, atualmente há 200 mil prisioneiros na Coreia do Norte, enquanto mais de 400 mil já morreram durante os trabalhos. A Coreia do Norte tem uma população de cerca de 25 milhões de habitantes e suspeita-se que estes campos existem desde os anos 1950.