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Milionária britânica que estava desaparecida é encontrada vivendo nas ruas de Milão

Ariane Lak foi encontrada nas ruas de Milão - Divulgação/Lucie Blackman Trust
Ariane Lak foi encontrada nas ruas de Milão Imagem: Divulgação/Lucie Blackman Trust

Colaboração para o UOL

21/09/2017 10h03

Uma britânica milionária de 50 anos que estava desaparecida há um ano e meio foi encontrada no último final de semana em Milão, na Itália, vivendo como sem-teto. O caso foi revelado nesta quarta-feira pelo jornal local Corriere Della Sera?.

De acordo com o diário, a mulher disse a seguinte frase ao ser achada: “eu escolhi viver nas ruas”, uma realidade totalmente diferente para Ariane. No início de 2016, ela decidiu passar mais uma temporada em Milão, um de seus destinos preferidos - amava caminhar pelas ruas dos bairros mais chiques e visitar os museus, segundo o Corriere.

Até aí, tudo normal. Desde março daquele ano, no entanto, seu paradeiro se tornou desconhecido - ela concluiu sua estadia num hotel (a maioria de seus pertences foram deixados no quarto) e não deu mais notícias aos familiares.

Preocupada, a irmã, Laila, acionou primeiramente a Scotland Yard, que não teve sucesso nas buscas, e depois a Sociedade de Investigação do Grupo Skp, formada por investigadores italianos, que, com apenas uma foto de Ariane em mãos, insistiram na procura por mais de seis meses.

Os trabalhos finalmente chegaram ao fim na madrugada de sábado para domingo. A ex-socialite britânica foi encontrada dormindo sem cobertor ou roupas de frio em cima de uma grade de ventilação, provavelmente para se aquecer, localizada na Praça Beccaria - e cercada de lixo. Acordada pelas autoridades, ela se mostrou assustada e disse que não tinha documentos ou dinheiro.

Laila voou da Inglaterra para a Itália assim que soube que a irmã foi encontrada. "Ela estava tão orgulhosa que, quando a Cruz Vermelha oferecia comida, ela recusava. Mas, se o alimento terminasse no lixo, ela iria recuperá-lo a partir daí. A situação dela foi trágica", lamentou, em entrevista ao jornal inglês The Times.

Segundo o Yahoo Itália, Ariane não disse os motivos que a levaram a esta situação. "Não consigo explicar. Talvez eu estivesse andando, fui assaltada, roubada, e eu caí no chão, bati minha cabeça. Depois eu não tinha dinheiro, bagagem, celular, documentos", afirmou ela, segundo o site, acrescentando: "Estou apaixonada por Milão".
 
Ariane contou que a irmã foi diagnosticada por volta dos 20 anos com transtorno esquizoafetivo, uma combinação de sintomas de esquizofrenia e transtorno de humor, como depressão ou transtorno bipolar. Ela recebeu os cuidados dos pais, que morreram em 2012.
 
Sinais de sua doença aparentemente começaram a se manifestar novamente um ano antes, quando ela abriu um novo perfil do Facebook em que dizia ser a "princesa Ariane Lak, uma descendente da dinastia real iraniana Qajar com milhões de seguidores ao redor do mundo”. Segundo Laila, ela muitas vezes recusava tomar medicação, suspeitando de que estava sendo envenenada.

Ariane foi levada para um hospital, onde, segundo o Corriere Della Sera, voltou a dizer que vivia nas ruas por vontade própria. Ela foi entregue pelas autoridades aos cuidados da irmã no último domingo, e a família quer deixá-la longe do assédio de jornalistas e curiosos.