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Trump tem 1 mês para decidir se abrirá os arquivos secretos sobre a morte de JFK

O presidente americano John F. Kennedy desfila em carro aberto, ao lado de sua mulher, Jacqueline Kennedy, pouco antes de ser assassinado, em Dallas, no Texas, em 22 de novembro de 1963. No carro, também estavam o governador do Texas, John Connally, e sua mulher - AP
O presidente americano John F. Kennedy desfila em carro aberto, ao lado de sua mulher, Jacqueline Kennedy, pouco antes de ser assassinado, em Dallas, no Texas, em 22 de novembro de 1963. No carro, também estavam o governador do Texas, John Connally, e sua mulher Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

27/09/2017 19h31

O Arquivo Nacional dos EUA tem até o dia 26 de outubro para tornar públicos os milhares de documentos oficiais até agora secretos sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy –a menos que o presidente dos EUA, Donald Trump, se oponha. A medida é esperada há 25 anos por historiadores e teóricos da conspiração, que buscam mais informações que poderiam esclarecer a tragédia de 1963.

Em 1992, o Congresso dos EUA determinou que todos os documentos sobre a morte do presidente se tornariam públicos em 25 anos, a menos que o presidente em questão considerasse que a medida pudesse prejudicar informações de inteligência, operações policiais, militares ou relações com outros países. Entre os arquivos, estão mais de 3.000 documentos que nunca foram vistos pelo público, e mais de 30 mil que chegaram a ser divulgados, mas com restrições.

A CIA e o FBI, cujos arquivos constituem a maior parte dos documentos, se recusam a revelar se pediram ao presidente para que os mantenham sob sigilo.

Os documentos dificilmente terão grandes revelações sobre a morte de JFK, afirmou o juiz John Tunheim, presidente da agência independente que decidiu, nos anos 90, por quanto tempo os arquivos poderiam permanecer secretos.

“A opinião pública americana merece conhecer os fatos, ou pelo menos merece saber o que o governo manteve em segredo por todos estes anos”, disse Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade de Virginia e autor de um livro sobre Kennedy. “Já passou do tempo de liberar estas informações”, disse.

Sabato e outros estudiosos da vida de Kennedy acreditam que os documentos poderiam esclarecer a viagem do assassino de JFK, Lee Harvey Oswald, para a Cidade do México semanas antes do crime. Na viagem, ele visitou embaixadas de Cuba e da então União Soviética. Segundo a Comissão Warren, criada pelo presidente Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato, ele teria tentado obter visto para os dois países. Mas ainda sabe-se pouco sobre a viagem para o México.

A Comissão concluiu que Oswald agiu de forma independente, sem apoio de países inimigos na época.

A informação sigilosa inclui detalhes dos acordos entre EUA e México para vigiar estas e outras embaixadas, afirmou Tunheim, juiz de Minnesota.

O Arquivo Nacional publicou, em julho, mais de 440 documentos até então inéditos e milhares de outros com edição. Entre estes documentos está um memorando interno da CIA questionando se Oswald teria sido motivado a matar Kennedy depois de ler um texto da agência Associated Press em que o ex-ditador cubano, Fidel Castro, dizia que "líderes americanos estariam em perigo se ajudassem em qualquer tentativa de se livrar dos líderes de Cuba".

Sabato suspeita também que alguns registros importantes tenham sido destruídos antes que a lei de 1992 ordenasse que todos os arquivos fossem alojados no Arquivo Nacional. E até mesmo a abertura completa dos arquivos não deve acabar com as teorias de conspiração em torno da morte do presidente há mais de cinco décadas.

Nascido em 29 de maio de 1917, eleito em 8 de novembro de 1960 à Presidência dos Estados Unidos com apenas 43 anos, herói da Guerra do Pacífico (1941-1945), carismático ao extremo, John Fitzgerald Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963.