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Sem antecedentes criminais, atirador de Las Vegas matou 58 com 'chuva de tiros'

Do UOL, em São Paulo

02/10/2017 12h38

Stephen Paddock, autor dos disparos que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridos em um festival de música country em Las Vegas na noite de domingo (1) não tinha antecedentes criminais e, segundo a polícia local, vínculos com organizações terroristas foram descartados a princípio.

A polícia chegou a chamar o atirador de "uma pessoa perturbada com a intenção de causar baixas em massa". O ataque é considerado o maior ataque a tiros em massa da história dos Estados Unidos.

Segundo o xerife de Las Vegas, Joseph Lombardo, foram encontrados 19 armas no quarto onde Paddock estava hospedado desde o dia 28 de setembro, localizado no 32º andar do Mandalay Bay Hotel. Foi do quarto que o atirador fez os disparos e se suicidou, após o ataque.

O atirador abriu fogo contra uma multidão de cerca de 40 mil pessoas que assistiam ao festival de música country Route 91 Harvest Festival às 22h locais (2h de Brasília). Em vídeos feitos no momento do ataque é possível ouvir rajadas como uma "chuva de tiros" sobre a plateia. 

Apesar de o Estado Islâmico ter reivindicado a responsabilidade pelo atentado, afirmando que Paddock teria se convertido ao islã "alguns meses atrás", até o momento, o FBI informou não haver indícios de nenhuma conexão com terrorismo internacional.

A polícia caracterizou sua ação como a de um "lobo solitário". O atirador não tinha antecedentes criminais, sendo uma multa de trânsito em Las Vegas a única infração registrada em seu nome. No entanto, ele foi descrito por Lombardo como "uma pessoa perturbada com a intenção de causar baixas em massa".

Pura maldade

Em discurso realizado na manhã desta segunda-feira, o presidente Donald Trump chamou o ato de "pura maldade". "Um atirador assassinou brutalmente 50 pessoas e feriu centenas. Foi um ato de pura maldade", disse Trump, que afirmou que o FBI e o departamento de Segurança Interna já se uniram à polícia de Las Vegas na investigação do ataque.

Morador de Mesquite, cidade de 17.400 habitantes do Estado de Nevada, Paddock era um caçador licenciado, tinha 64 anos e vivia em uma vila de aposentados. Ele possuía licença para pilotar aviões pequenos e possuía duas aeronaves, segundo a NBC. Ele também gostava de frequentar cassinos e comer burritos, de acordo com seu irmão, Eric Paddock.

Acredita-se que Marilou Danley vivia com ele. Ela foi apontada como sua namorada por Eric Paddock.

Ao WOFL-Channel 35, o irmão se disse "estupefato" com o crime. "Não podemos entender o que aconteceu", afirmou. À CBS,  Paddock também afirmou que o irmão atirador não possuía nenhuma afiliação religiosa e afiliação política. 

A participação de Danley no crime foi descartada pelos investigadores que apuram o caso --de acordo com o xerife de Las Vegas, Joseph Lombardo, ela foi localizada fora dos EUA nesta segunda-feira.

De acordo com o jornal britânico Telegraph, Paddock morava na na vila de aposentados desde junho de 2016, tendo vivido anteriormente em Reno e Henderson, em Nevada, em Melbourne, na Flórida, e em diversas cidades da Califórnia.

Na manhã desta segunda-feira, armas e munições também foram encontradas na casa de Paddock, em Mesquite. A polícia, no entanto, afirmou que "nada de incomum" foi constatado no local --o porte de armas é permitido nos EUA.

De acordo com a polícia, o atirador teria se suicidado após o atentado.

O maior ataque em massa da história dos EUA

O número superior a 50 mortos posiciona o atentado como maior ataque a tiros em massa da história dos Estados Unidos, ultrapassando as 49 vítimas mortas no atentado a uma boate de Orlando no ano passado.

Cerca de 40 mil pessoas assistiam ao festival de música country, chamado Route 91 Harvest Festival. No momento dos tiros, às 22h locais (2h de Brasília), o cantor Jason Aldean se apresentava. Horas depois, Aldean informou que ninguém de sua equipe saiu ferido.

Testemunhas afirmaram que os tiros duraram mais de dez minutos, enquanto as pessoas corriam para se proteger.

O Ministério das Relações Exteriores e o Consulado do Brasil em Los Angeles informaram que, até o momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas.