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Frente militar com jovens mulheres se destaca em vitória contra o EI em Raqqa

Com bandeiras e fazendo "V" de vitória, mulheres foram às ruas comemorar - REUTERS/Erik De Castro
Com bandeiras e fazendo "V" de vitória, mulheres foram às ruas comemorar Imagem: REUTERS/Erik De Castro

Colaboração para o UOL

20/10/2017 11h27

Mulheres tiveram um papel crucial na retomada de Raqqa do Estado Islâmico (EI) pelas forças da Síria nesta semana. Na última terça-feira (17), a Força Síria Democrática, grupo militar que tem apoio dos Estados Unidos, anunciou a conquista da cidade, considerada a capital do EI.

Uma reportagem da rede americana CNN mostra que uma frente militar chamada Unidade de Proteção das Mulheres Curdas (YPJ, na sigla local), formada apenas por mulheres, teve um papel importante neste triunfo.

Frente militar de mulheres comemora vitória contra o Estado Islâmico em Raqqa - REUTERS/Erik De Castro - REUTERS/Erik De Castro
Imagem: REUTERS/Erik De Castro

Criado em 2012 por motivos políticos, o YPJ foi motivado a entrar na luta contra o EI pelo terror que o grupo terrorista criou na Síria nos últimos três anos de ocupação. Em especial contra as mulheres, humilhadas, muitas vezes sequestradas e vendidas ou transformadas em escravas sexuais de um batalhão.

Na luta há três anos, Avrim Difram, 20, ainda era uma adolescente quando se juntou ao YPJ. “Nós estamos lutando para libertar as pessoas oprimidas”, afirmou a jovem soldada. “Mulheres foram especialmente oprimidas pelo EI em Raqqa, essa é uma das razões que lutamos contra eles: queremos libertar as mulheres da opressão.”

Wulat Romin, 24, juntou-se ao YPJ há um ano e meio e já participou de três batalhas. “Eu luto pela liberdade do povo curdo e pela justiça”, afirmou a combatente à rede CNN.

Uma das pautas do grupo também é a criação do estado do Curdistão e libertação do líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla local), Abdullah Ocalan, preso na Turquia desde 2002. Ele é considerado terrorista por Turquia, Estados Unidos e União Europeia.

“Nosso líder sempre focou na liberdade das mulheres, então nós estamos lutando para libertar as mulheres”, afirmou a soldada Shanda Afreen, ao canal americano. “Nossa luta não é apenas contra o EI, nossa luta é contra a mentalidade chauvinista contra as mulheres.”

Segundo a rede americana, o grupo perdeu 30 mulheres na batalha, mas não pretendem parar. “Como YPJ, nós prometemos continuar a seguir este caminho, vamos perseguir o terrorismo seja onde ele estiver em nosso país”, declarou o grupo, via comunicado.