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FBI busca segundo uzbeque suspeito de ligação com ataque; atropelador planejou ato

Sayfullo Habibullaevic Saipov, uzbeque de 29 anos identificado como suspeito do atentado em Nova York que ocorreu na tarde desta terça-feira (31) - Reprodução /CBS News
Sayfullo Habibullaevic Saipov, uzbeque de 29 anos identificado como suspeito do atentado em Nova York que ocorreu na tarde desta terça-feira (31) Imagem: Reprodução /CBS News

Do UOL, em São Paulo

01/11/2017 14h03

O FBI (polícia federal americana) informou nesta quarta-feira (1°) que está à procura de um segundo cidadão uzbeque pelo ataque em Nova York. Os agentes do FBI buscam um homem identificado Mukhammadzoir Kadirov, 32 anos, para ser interrogado.

Segundo a polícia, o uzbeque Sayfullo Habibullaevic Saipov aparentemente planejou durante semanas o atropelamento que deixou oito mortos e 12 feridos, na terça-feira, e cometeu o atentado em nome do Estado Islâmico. Segundo as autoridades, ele seguiu as orientações do grupo terrorista para militantes que planejam ataques.

"Aparentemente, o sr. Saipov planejou isso por semanas e cometeu o ato em nome do Estado Islâmico, seguindo todas as instruções do grupo", disse John Miller, oficial da polícia de Nova York, com base em um bilhete escrito em árabe encontrado ao lado do caminhão. O bilhete dizia que o Estado Islâmico irá 'durar para sempre', de acordo com Miller.

A investigação em andamento busca entender se Saipov tinha laços próximos com o EI, ou seria apenas um lobo solitário. Até o momento, o que as informações parecem mostrar é alguém que ao longo dos anos se radicalizou, sob os olhos de pessoas próximas. 

Histórico

Cidadão do Uzbequistão de 29 anos, ele chegou aos Estados Unidos em 2010. Acredita-se que Saipov morava em Paterson, Nova Jersey, um ex-polo industrial localizado cerca de 40 quilômetros a noroeste de Manhattan. 

Ele alugou uma caminhonete de uma Home Depot, em Nova Jersey uma hora antes do ataque, segundo informou a polícia. 

O agressor jogou sua caminhonete contra ciclistas e pedestres e teria gritado "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe), antes de ser baleado pela polícia.

Saipov está no hospital e seu estado clínico ainda não foi detalhado. Cinco argentinos, uma cidadã belga e dois americanos morreram no ataque.

Foram encontradas em volta do veículo várias facas e duas armas de brinquedo - uma de pressão (chumbinho) e outra de paintball, segundo a polícia. Investigadores apreenderam vídeos de câmeras de segurança da região e vão reconstruir o trajeto do suspeito durante o ataque.

O policial Ryan Nash, 28, que baleou o suspeito foi elogiado pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio. "Ele merece todas as homenagens das pessoas dessa cidade, assim como seus parceiros", disse De Blasio. "Dezenas de vidas poderiam ter ficado sob risco. Ryan imediatamente interrompeu essa ameaça", acrescentou o prefeito.

Quem é o suspeito

Saipov morava em Paterson, no Estado de Nova Jersey, a cerca de uma hora de Nova York, e já havia cometido infrações de trânsito em Missouri e na Pensilvânia.

Ao chegar o país, acredita-se que o suspeito tenha morado inicialmente no Estado de Ohio. Em Cincinnati, um conhecido chamado Dilnosa Abdusamatova disse que Saipov viveu por um curto período com sua família. "Ele sempre trabalhava", disse Abdusamatova ao "The Cincinnati Enquirer". "Ele não ia a festas nem a outros lugares. Ele apenas costumava ficar em casa e descansar, ia e vinha direto do trabalho".

Segundo a família, Saipov costumava dormir tarde e estava tentando melhorar o seu inglês. Nas palavras de Bekhzod Abdusamatov, 22, Saipov "era uma pessoa muito boa quando o conheci". "Ele gostava dos EUA. Ele parecia ter muita sorte e todo o tempo estava feliz, falava como se tudo estivesse OK. Ele não parecia um terrorista, mas não sei como ele era internamente", acrescentou.

Segundo as autoridades, a sua carteira de motorista tinha como endereço um condomínio em Tampa, na Flórida. Moradores do local disseram que agentes do FBI foram ao local na noite de terça-feira (31) e interrogaram alguns moradores.

Vídeo mostra tentativa de fuga de suspeito de ataque em NY

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Um amigo que encontrou Saipov na Flórida, Kobilion Matkarov, disse ao "New York Times" e ao "New York Post" que o suspeito parecia uma "boa pessoa". "Meus garotos gostavam dele também. Ele sempre brincava com eles", disse Matkarov.

O Uber, aplicativo de transporte, disse que Saipov passou pela verificação de seus antecedentes e dirigiu pelo serviço por seis meses, fazendo mais de 1.400 viagens.

Ainda não se sabe se o ato foi individual ou parte de uma ação coletiva liderada pelo EI ou por outro grupo terrorista. A Força Tarefa Antiterrorismo do FBI está liderando as investigações.

O presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, enviou uma carta de condolências ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que seu país está disposto a usar todos os recursos para ajudar a investigar o ataque de terça-feira em Nova York.