8 dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU pedem reunião após decisão de Trump sobre Israel
Até agora, oito dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU pediram a realização de uma reunião emergencial do organismo para debater a decisão anunciada nesta quarta-feira (6) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e ordenar a transferência da embaixada americana para a cidade.
Segundo diplomatas, França, Reino Unido, Bolívia, Egito, Itália, Senegal, Suécia e Uruguai teriam feito o apelo ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Ele se declarou contra medidas unilaterais que possam colocar em risco as chances de paz entre israelenses e palestinos. O Japão, membro rotativo que preside o Conselho no momento, confirmou que a reunião será realizada nesta sexta-feira.
Uma resolução do Conselho de Segurança, aprovada em dezembro do ano passado, destaca que "não reconhece qualquer alteração nas linhas de 4 de junho de 1967, inclusive sobre Jerusalém, além das acordadas pelas partes através de negociações". A medida foi aprovada por 14 a votos a favor e uma abstenção --dos EUA, durante o governo Obama, que desafiou a pressão do então eleito Trump e de Israel para exercer o seu poder de veto.
O secretário-geral da ONU disse, após o anúncio de Trump, que não há alternativa para uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos e que Jerusalém é uma questão de status final que deveria ser resolvida por meio de negociações diretas, tomando em consideração as resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral que consideram as posições de ambos os lados.
UE critica decisão de Trump
A União Europeia manifestou grande preocupação nesta quarta-feira, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, dizendo que isso poderia ter repercussões para as perspectivas de paz.
"As aspirações de ambas as partes devem ser realizadas e uma maneira deve ser encontrada através de negociações para resolver o status de Jerusalém como a futura capital de ambos os Estados", afirmou a chefe de Relações Exteriores da UE, Federica Mogherini, em um comunicado.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também não concordou com a decisão de Trump. Segundo ela, o status da cidade deve ser negociado dentro de um acordo que contemple a solução de dois Estados. "O governo alemão não apoia essa posição", disse Merkel em uma breve mensagem divulgada no Twitter pelo porta-voz da chancelaria, Steffen Steibert, depois do anúncio feito por Trump.
(Com agências internacionais)
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