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EUA vetam resolução da ONU rejeitando decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

THOMAS COEX/AFP
Imagem: THOMAS COEX/AFP

Do UOL, em São Paulo

18/12/2017 15h54Atualizada em 18/12/2017 18h28

Os Estados Unidos vetaram nesta segunda-feira (18) uma resolução da ONU que rejeitava a decisão americana de declarar Jerusalém como a capital de Israel. Todos os outros 14 países do Conselho de Segurança da ONU apoiaram a resolução --incluindo Rússia e China--, e somente os EUA, que possuem poder de veto, rejeitaram a decisão.

O texto, impulsionado pelo Egito, foi votado com o apoio de aliados dos EUA, como França e Reino Unido. A resolução pedia que a decisão unilateral tomada pelos Estados Unidos fosse revogada.

O presidente americano, Donald Trump, reconheceu neste mês Jerusalém como capital israelense, rompendo décadas de consenso internacional, segundo o qual o status final da cidade deve ser estipulado em um processo de paz entre israelenses e palestinos.

A decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel recebeu uma reprovação quase unânime da comunidade internacional. O veto solitário, apresentado pela embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, revela o isolamento de Washington após o anúncio de Trump de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, ignorando as reivindicações palestinas sobre a Cidade Santa.

Foi o primeiro veto lançado pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança em mais de seis anos, afirmou Haley. "Nenhum país dirá aos Estados Unidos onde podemos colocar nossa embaixada", disse Haley após vetar a resolução.

A resolução indicava que o status de Jerusalém "deve ser resolvido por meio de negociações" e que faz parte das "preocupações profundas sobre as recentes decisões acerca de Jerusalém", sem citar os Estados Unidos. O texto ainda dizia que "toda decisão ou ação destinada a alterar o caráter, o estatuto, ou a composição demográfica" de Jerusalém "não tem força legal, é nula e não legítima e tem que ser revogada". "O fato deste veto ocorrer em defesa da soberania dos EUA e em defesa do papel dos EUA no processo de paz do Oriente Médio não é motivo de vergonha para nós, deveria ser para o resto do Conselho de Segurança", destacou a embaixadora americana.

O chanceler palestino, Riyad al-Maliki, disse que os palestinos pedirão uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU após o veto norte-americano.

Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França e Rússia são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e podem vetar qualquer resolução, que requer nove votos para a sua adoção.

Israel diz que Jerusalém é sua capital indivisível. O Estado judeu ocupou Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e a anexou, uma ação jamais reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado que almejam em territórios que Israel conquistou meio século atrás. (Com agências internacionais)