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Prefeito de distrito peruano pede que ladrões não roubem durante visita do papa

Papa Francisco visita prisão CeReSo n. 3 em Ciudad Juarez, no México - Gabriel Bouys/AP
Papa Francisco visita prisão CeReSo n. 3 em Ciudad Juarez, no México Imagem: Gabriel Bouys/AP

Do UOL, em São Paulo

15/01/2018 13h51

O prefeito do distrito de Surco, em Lima, pediu aos ladrões que "não roubem e nem cometam delitos" durante o período de visita do papa Francisco ao Peru, entre 18 e 21 de janeiro. O pedido foi feito em um comunicado em uma nota oficial na última quarta-feira (11).

Segundo Roberto Gómez Baca, prefeito de um distrito que concentra mais de 250 mil habitantes na capital, foi uma tentativa de "apelar ao lado espiritual dessas pessoas".

"Além de tudo o que estamos fazendo para nos prepararmos para a vida do papa Francisco, pensamos em convocar os delinquentes para que interrompem suas atividades e façam uma reflexão nesses dias de visita", afirmou Baca à emissora CNN en Español.

"É preciso apelar às consciências das pessoas. Mesmo que não pareça, pode haver um valor do ponto de vista religioso. Se as minhas palavras fizerem com que uma pessoa deixe de roubar durante a visita do papa, essa mensagem terá valido a pena", acrescentou o político, afirmando que a nota foi feito a partir de uma sugestão de sua equipe de comunicação.

O papa Francisco desembarca nesta segunda (15) em Santiago, no Chile, país que visitará antes de chegar ao Peru.

Um país em crise

No Peru, o papa encontrará um país em plena crise política, depois do polêmico indulto concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por crimes contra a humanidade, o que desatou uma onda de protestos.

Na cidade peruana de Puerto Maldonado, próxima à fronteira com o Acre, na região amazônica, marcada pela pobreza e exploração, Francisco será recebido por 3.500 representantes dos povos nativos, alguns procedentes da Bolívia e do Brasil.

Além de encontros com povos indígenas no Chile e no Peru, Francisco tratará ainda de outro tema de preocupação para essas populações: a corrupção. Nascido na Argentina, o papa reafirmará seu compromisso com as camadas mais pobres de sua região, tal como fez nas visitas ao México, Equador, Bolívia, Paraguai e Colômbia.

O Vaticano também não descartou que o papa se reúna no Peru com familiares de vítimas de violações dos direitos humanos indignadas com o indulto dado a Fujimori.

Esta é a sexta viagem do papa à América Latina, depois do Brasil (2013), Equador, Bolívia e Paraguai (2015), Cuba (2015), México (2016) e Colômbia (2017). (Com agências internacionais)

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