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13 filhos de casal dos EUA ficavam acorrentados por meses; fuga de jovem foi planejada por 2 anos

Do UOL, em São Paulo

18/01/2018 18h08

Autoridades falaram pela primeira vez nesta quinta-feira (18) sobre os 13 filhos que eram acorrentados e deixados sem alimentação pelos pais na Califórnia. Segundo a Promotoria, eles passavam semanas, até mesmo meses, presos e não eram libertados nem mesmo para ir ao banheiro. Eles ainda só podiam tomar banho uma vez por ano.

A jovem de 17 anos que conseguiu escapar e pedir ajuda aos policiais planejou a fuga com os irmãos por dois anos. "Ela escapou por uma janela e levou um dos irmãos junto, que voltou para a casa por medo", disse o promotor Mike Hestrin.

Segundo ele, David e Louise Turpin, os pais das vítimas, serão acusados de abuso e tortura. Foi estipulada uma fiança de US$ 13 milhões para cada um deles. O promotor acredita que o casal será punido com a prisão perpétua ou pode pegar até 94 anos de prisão.

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"As 13 vítimas estão severamente desnutridas. A criança de 12 anos tem o peso de uma de sete", disse Hestrin. Segundo o promotor, as vítimas ainda apresentam comprometimentos cognitivos e neurológicos.

Quando a polícia chegou, três das vítimas estavam acorrentadas. Os pais conseguiram soltar duas --de 11 e 14 anos-- antes que os policiais entrassem, e uma vítima de 22 anos foi encontrada presa. 

"Supostamente ensinados em casa, os filhos não têm noções básicas de conhecimentos básicos da vida. Alguns deles não sabiam nem mesmo o que é um policial", explicou o promotor. "A única coisa que eles tinham permissão para fazer era escrever em diários. Centenas deles foram recuperados pela polícia na casa."

Os filhos relataram que começaram a ser amarrados com cordas como punição. Depois que um deles conseguiu se soltar, os pais começaram a usar correntes e cadeados para prendê-los nas camas.

Louise Anna Turpin, de 49 anos, e David Allen Turpin, de 57 anos  - AFP - AFP
Louise Anna Turpin, de 49 anos, e David Allen Turpin, de 57 anos
Imagem: AFP

“Os pais compravam comida para os dois, e não deixavam as vítimas comerem. Compravam tortas e deixavam sobre a mesa para que os filhos ficassem olhando, mas não comessem”, disse. Segundo promotor, a casa também tinha brinquedos em embalagens fechadas.

"Posso dizer que, como promotor, há casos que nos assombram. Às vezes, neste negócio, estamos diante da depravação humana, e isto é o que estamos vendo aqui", disse Hestrin.

As vítimas têm idades entre dois e 29 anos. Os abusos começaram ainda quando a família vivia no Texas, até 2010. Mas as agressões se intensificaram com o tempo e se tornaram ainda piores após a mudança para a Califórnia.