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Pela terceira vez, rapper do EI que se casou com espiã do FBI é dado como morto

20.jun.2005 - O rapper alemão Denis Cuspert posa para foto em Berlim antes de se converter ao islamismo e se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico - Di Matti/DPA/AFP
20.jun.2005 - O rapper alemão Denis Cuspert posa para foto em Berlim antes de se converter ao islamismo e se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico Imagem: Di Matti/DPA/AFP

Do UOL, em São Paulo

19/01/2018 12h59

Um rapper alemão combatente do grupo Estado Islâmico (EI) morreu em decorrência de um bombardeio aéreo na Síria, segundo informações de um site de monitoramento de grupos jihadistas. Denis Cuspert, mas conhecido artisticamente como Deso Dogg, se tornou um dos mais famosos membros ocidentais do grupo ao aparecer em inúmeros vídeos de propaganda.

O alemão, com origem em Gana, foi dado como morto na última quarta-feira (17) em um bombardeio na cidade de Gharanji, na província Síria de Deir Ezzor, segundo um comunicado da Wafa Media Foundation, que apoia o EI, traduzido para inglês pelo grupo americano SITE, que monitora a mídia jihadista. Em sequência, o Estado Islâmico postou oito fotos no aplicativo de mensagens Telegram do suposto corpo do combatente.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que Cuspert é dado como morto. Em 2015, circularam notícias de que o combatente havia morrido em um bombardeio aéreo norte-americano na Síria. Depois, o Pentágono revelou que ele havia somente se ferido e que já estava de volta ao EI. Um ano antes, o alemão também havia sido declarado morto pelo próprio grupo extremista, que mais tarde corrigiu a informação.

Apesar de essa ser a terceira notícia de sua morte, Rita Katz, diretora do grupo SITE, acredita que Cuspert tenha realmente falecido agora. Em seu Twitter, ela comentou que dessa vez há mais detalhes e fotos da morte do rapper, o que indica a veracidade das informações, apesar de o EI ainda não ter confirmado.

"Cuspert é o símbolo do tipo de recruta estrangeiro que o EI procura: indivíduos que se envolveram em atividades criminosas em seus países de origem e que depois viajam para o Iraque e a Síria para cometer crimes muito piores", escreveu o Departamento de Estado dos EUA em fevereiro de 2015.

Cuspert teve uma carreira como rapper até 2009, e chegou a fazer certo sucesso em círculos menores de Berlim. Em 2009, no entanto, ele desistiu da música após se converter para o islamismo. Por volta de 2012, o alemão foi para o Egito e depois desapareceu na Síria, onde se uniu primeiramente ao grupo al-Nsra Front, que é afiliado da al-Qaeda. Em 2014, ele deixou o grupo para jurar lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi, e passou a ser responsável por recrutar combatentes alemães.

Embora a música seja proibida pelo EI, cantar é permitido -- e alguns dos vídeos de propaganda da organização têm vocais de fundo.

Nessa época, Daniela Greene, uma tradutora do FBI designada para monitorá-lo secretamente, mentiu para as autoridades dizendo que iria visitar sua família na Alemanha e viajou até a Síria no verão de 2014 para conhecê-lo pessoalmente. De acordo com documentos da justiça americana, os dois se apaixonaram e se casaram no país.

Após voltar para os Estados Unidos, a agente se declarou culpada por ter fornecido informações falsas sobre o terrorismo internacional e foi condenada a dois anos de prisão. Ela ficou presa até meados de 2016 e agora trabalha como recepcionista de um hotel. (Com as agências internacionais)

Funcionária do FBI se casa com extremista do Estado Islâmico

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