FBI abusou de seu poder de vigilância em inquérito sobre a Rússia, diz memorando republicano
Um memorando preparado por republicanos e divulgado nesta sexta-feira (2) acusa o FBI de abusar de seu poder de vigilância durante os trabalhos de investigação do inquérito que apura o envolvimento da Rússia nas eleições de 2016. O documento, liberado com o aval do presidente Donald Trump, diz que há "violações graves de confiança pública" na aplicação da lei.
O memorando foi preparado por republicanos do Comitê de Inteligência da Câmara com a intenção de detalhar, os abusos de poder do FBI, a polícia federal americana, e o Departamento de Justiça. Para políticos democratas, o memorando e suas acusações tentam tirar a credibilidade da investigação, que já envolveu pessoas próximas de Trump.
O FBI já havia questionado energicamente a publicação do documento, alegando que continha graves imprecisões.
O memorando acusa ex-funcionários que aprovaram os pedidos de vigilância, entre eles o ex-diretor do FBI James B. Comey, seu ex-vice-diretor Andrew McCabe, a ex-procuradora-geral Sally Yates e o atual vice-procurador-geral Rod Rosenstein, de fazer pedidos de vigilância que omitiram fatos cruciais sobre as motivações políticas da pessoa responsável por fornecer informações, Christopher Steele, um ex-oficial de inteligência britânica e autor de um dossiê sobre as relações entre o presidente Donald Trump e o governo de Moscou.
O documento diz que o britânico "foi suspenso como fonte do FBI de acordo com a mais grave das violações --uma divulgação não-autorizada para a imprensa sobre o seu relacionamento com o FBI".
O FBI utilizou a informação que lhe foi proporcionada por Steele para aumentar o monitoramento sobre Carter Page, que até setembro de 2016 prestou assessoria em política externa à campanha eleitoral de Trump, por suspeitar que ele agiu como um agente da Rússia.
Entre outubro de 2016 e uma data não especificada em 2017, houve várias solicitações judiciais para monitorar Page, que foram aprovadas pelo então diretor do FBI, James Comey, e o vice-diretor Andrew McCabe; além de integrantes do alto escalão do Departamento de Justiça (os ex-funcionários Sally Yates e Dana Boente e o atual vice-procurador-geral, Rod Rosenstein).
As solicitações foram enviadas a um tribunal secreto estabelecido para implementar a lei de Vigilância de Inteligência Exterior (FISA, na sigla em inglês) e conhecido como Corte FISA.
Mas, segundo o memorando, o FBI e o Departamento de Justiça ocultaram nessas solicitações os vínculos financeiros de Steele com o Partido Democrata e, segundo o documento, o ex-espião chegou a admitir que estava "desesperado para que Donald Trump não fosse escolhido" nas eleições de 2016.
"A solicitação à Corte FISA (...) ignorou ou escondeu as motivações financeiras e ideológicas de Steele contra Trump", diz o memorando, redigido pela equipe do congressista republicano Devin Nunes, um aliado do presidente.
A associação que representa os agentes do FBI defendeu seu trabalho nesta sexta-feira, depois da divulgação do memorando, e disse que "não permite e não permitirá que a política partidária a distraia" de sua missão. O presidente da Associação de Agentes do FBI, Thomas O'Connor, em uma declaração por email, afirmou que seus agentes são dedicados à nação e à Constituição dos EUA, acrescentando: "O povo americano deve saber que eles continuam sendo bem servidos pela mais importante agência de aplicação da lei do mundo".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.