Topo

"Não faz sentido" os EUA falarem em invadir a Venezuela, diz Aloysio

Leonardo Benassato/ Framephoto/ Estadão Conteúdo
Imagem: Leonardo Benassato/ Framephoto/ Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

05/02/2018 10h12

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, comentou nesta segunda-feira (5), em entrevista à rádio Bandeirantes, a situação da Venezuela e voltou a repudiar a possibilidade de uma invasão ao país para derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Aloysio criticou o governo Maduro e afirmou que o "regime está se deteriorando cada vez mais, de todos os pontos de vista, humanitário, abastecimento, segurança".

O ministro então falou sobre as recentes declarações dos Estados Unidos sobre a Venezuela, com o presidente Donald Trump levantando a hipótese de invadir o país para derrubar Maduro e o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, sugerindo um golpe militar, Aloysio disse que essa postura "não faz sentido".

"É um regime que está fadado a mudar. Mas somente quem pode mudar é o povo venezuelano, não somos nós. Esse Tillerson, norte-americano, vai fazer o quê? Vai invadir a Venezuela? Golpe de Estado? Não tem sentido isso. Os militares apoiam fortemente o governo. São 1.300 generais na Venezuela e cada um tem um feudo - um cuida do abastecimento, a própria PDVSA [petrolífera estatal Venezuela] tem um presidente militar", declarou.

Veja mais:

Segundo Aloysio, a oposição venezuelana "precisa encontrar uma forma de se entender, mesmo nas condições mais adversas que eles enfrentam", inclusive nas eleições presidenciais marcadas para esse ano.

O ministro também disse ser contra a criação de um campo de refugiados para os venezuelanos que estão atravessando a fronteira com o Brasil por Pacaraima (RR). " É preciso ter programas de assistência social, sobretudo na área de saúde, e assistência ao Estado de Roraima e prefeituras. Campo de refugiados para fixá-los lá, não. Queremos dar condições para eles saírem de lá, se inserirem na sociedade brasileira ou irem para outros países sul-americanos que for da preferência deles."