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Navio que procura avião desaparecido do voo MH370 'some' por três dias

O navio Seabed Constructor, usado na atual operação de buscas do Boeing 777 - Ocean Infinity via AP
O navio Seabed Constructor, usado na atual operação de buscas do Boeing 777 Imagem: Ocean Infinity via AP

Do UOL, em São Paulo

06/02/2018 14h41

O navio Seabed Constructor, que no último dia 22 de janeiro iniciou uma nova fase de buscas pelos destroços do avião da Malaysian Airlines desaparecido há quatro anos, 'sumiu' dos radares por três dias antes de reaparecer normalmente em um ponto já programado da operação.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", o navio efetuava buscas em uma área do oceano Índico, a leste da Austrália, na quinta-feira passada (1º), quando desligou seu localizador.

A operação do Seabed Constructor estava sendo acompanhada por especialistas e familiares das vítimas do voo MH370, que tinha 239 pessoas a bordo quando o Boeing 777 da Malaysian sumiu em março de 2014. O aparente desaparecimento da embarcação gerou uma onda de conspiração a respeito de seu destino.

Oitenta horas depois, no entanto, o localizador foi religado e o navio apareceu rumo a um reabastecimento programado no porto australiano de Fremantle. Nem o governo malaio e nem a empresa norte-americana Ocean Infinity, responsável pela embarcação, forneceram qualquer explicação para a ausência de sinal.

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A postura foi criticada por familiares das vítimas. "Eu acho que foi estranho e preocupante. Se esse silêncio e a intenção de ficar invisível foram intencionais, estão nos devendo uma explicação satisfatória. Se foi por outras razões, precisam nos contar o que causou isso", disse KS Narendran, familiar de uma pessoa que estava no MH370. Ele ressaltou, no entanto, que observa a operação "com boa fé".

Uma especulação levantada por curiosos que acompanham a operação foi que o navio desligou seu localizador para buscar itens de valor nos destroços do cargueiro peruano S.V. Inca, que afundou em 1911 na região.

Outros, no entanto, descartam essa hipótese e dizem que o desligamento foi feito por outros motivos - como, por exemplo, evitar o anseio de familiares que acompanham cada movimentação do Seabed Constructor. "Se o navio detectasse algum indício [do MH370], ele precisaria ficar num mesmo ponto por um longo período - o que seria percebido para nós, olhando nos radares", disse Kevin Rupp, mecânico de precisão que acompanha as buscas pelo avião da Malaysia, citado pelo "Guardian".

Segundo o boletim oficial da segunda semana de buscas, divulgado na terça-feira (6), as operações dos últimos dias seguiram o planejamento. Uma área de 7.500 km² foi percorrida nas buscas do navio até agora.

Como foi o desaparecimento do voo MH370

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Empresa só receberá pagamento se a busca tiver resultados

A Malásia retomou as operações pelo avião em janeiro, em parceria com a Ocean Infinity, especializada em buscas submarinas. A empresa norte-americana só receberá o pagamento pelo trabalho - estipulado em US$ 70 milhões - se a busca tiver resultados positivos.

Para isso, ela alugou o navio de pesquisa norueguês Seabed Constructor, equipado com tecnologias de ponta, para vasculhar uma nova zona no sul do oceano Índico.

O Boeing 777 da Malaysian Airlines desapareceu em 8 de março de 2014, pouco depois de decolar de Kuala Lumpur, capital malaia, rumo a Pequim, na China.

Nenhum rastro do avião foi encontrado na zona de busca de 120 mil km² explorada no oceano Índico frente ao litoral australiano. A zona foi determinada em função das análises da possível trajetória da aeronave depois que ela teria, teoricamente, desviado de sua rota.

As buscas marítimas foram iniciadas logo depois do desaparecimento do avião, sob comando da Austrália e cooperação de Malásia e China, países de origem da maioria das vítimas. As operações foram suspensas em janeiro de 2017.

Desde o acidente, apareceram cerca de vinte destroços no litoral do oceano Índico, diante das costas da África Oriental, longe da zona de buscas. As autoridades afirmaram que elas eram originárias, provavelmente ou seguramente, do voo MH370. Essas descobertas, no entanto, não permitiram resolver um dos maiores mistérios da aviação civil moderna. (Com agências internacionais)