Proposta de Kim Jong-un surpreendeu os EUA, diz secretário de Estado americano
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse nesta sexta-feira (9) que a abertura demonstrada pelo líder note-coreano Kim Jong-un e sua vontade de discutir seu programa nuclear surpreenderam "um pouco" os Estados Unidos e levaram o presidente Donald Trump a aceitar um encontro, previsto para maio.
Trump disse estar preparado para encontrar Kim, no que seria a primeira reunião entre um presidente americano e um líder norte-coreano e, possivelmente, marcaria um importante avanço na redução das tensões com Pyongyang.
Segundo Tillerson, Trump teria aceitado "conversar" e não "negociar" com Kim. Ao fazer a distinção, Tillerson afirmou que a decisão de Trump não deve ser interpretada como algo além disso. Segundo ele, ainda serão necessárias "algumas semanas" para organizar o encontro. "O presidente Trump tem dito por algum tempo que ele estava aberto ao diálogo e que estaria disposto a encontrar com Kim quando as condições fossem certas", acrescentou.
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Tillerson não definiu a diferença precisa entre conversas e negociações, e não está claro o que os dois países poderiam discutir além de acordo para resolver as preocupações sobre o programa de armas nucleares do Norte. Eles poderiam realizar conversas preliminares para ver se há um terreno comum suficiente e boa vontade para proceder com as negociações formais.
"Acredito que seja o informe mais positivo que já recebemos não apenas sobre a vontade de Kim Jong-un, mas sobre seu desejo real de discutir", declarou o secretário, referindo-se à declaração em Washington de diplomatas sul-coreanos, após seu encontro com lideranças de alto escalão da Coreia do Norte no início da semana em Pyongyang.
Na quinta-feira, a porta-voz da Casa, Branca Sarah Sanders, destacou que apesar do anúncio, "todas as sanções e a máxima pressão continuarão" sobre a Coreia do Norte.
Após o anúncio de seu encontro com o líder norte-coreano, Trump saudou no Twitter os "grandes progressos" obtidos para persuadir a Coreia do Norte a acabar com seu programa nuclear. "Kim Jong-Un conversou sobre 'desnuclearização' com os representantes sul-coreanos, e não apenas sobre um congelamento" das atividades nucleares. "Estamos obtendo grandes progressos, mas as sanções permanecerão até que haja um acordo", escreveu Trump.
"Deixar de acordar" Seul
Kim Jong-un prometeu durante o recente encontro com uma delegação sul-coreana, em Pyongyang, que vai "deixar de despertar" o presidente da Coreia do Sul, MoonJae-in, com lançamentos noturnos de novos mísseis, segundo informou, nesta sexta-feira, o governo de Seul.
"Durante o período em que estivemos realizando repetidos lançamentos de mísseis, o presidente Moon trabalhou de maneira incansável liderando as reuniões do Conselho de Segurança Nacional", explicou Kim, durante o jantar na última segunda-feira passada com representantes da Coreia do Sul. "Decidimos deixar de despertar o presidente Moon", completou, em tom jocoso, o líder norte-coreano, de acordo com uma declaração enviada hoje pelo escritório da presidência sul-coreana.
No tom "relaxado e cordial" em que o jantar foi realizado, Kim elogiou a boa recepção que tiveram, em fevereiro, seus representantes quando foram ao Sul para os Jogos Olímpicos de Inverno e se desculpou por não poder hospedar o grupo sul-coreano em uma conhecida residência de convidados de Pyongyang pois ela "está em reforma". O líder norte-coreano também disse ao grupo que se o presidente Moon "mantiver a comunicação" com ele, a crise na península coreana "será facilmente resolvida". (Com agências internacionais)
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