Polícia inglesa vai investigar morte de exilado russo como assassinato
A polícia inglesa anunciou na sexta-feira (16) a abertura de um inquérito sobre a morte do empresário russo Nikolai Glushkov, exilado no Reino Unido, que está sendo considerado assassinato, segundo o jornal britânico "The Guardian". Glushkov foi encontrado morto na segunda-feira (12) em sua casa em Londres.
Os policiais da Scotland Yard anunciaram a decisão após terem recebido o relatório do patologista indicando que a causa da morte do exilado russo foi compressão do pescoço.
Em nota, os policiais afirmaram que não há nenhuma evidência até o momento de que o assassinato de Glushkov esteja relacionado com o envenenamento do ex-espião russo e de sua filha em Salisbury.
O comando da polícia antiterrorismo, que liderou a investigação desde o início, manteve seu papel principal na investigação "por causa das relações de Glushkov", afirmou a força em comunicado.
Horas antes do comunicado da polícia britânica, o Comitê Investigativo Russo anunciou por meio de uma nota que havia aberto uma investigação sobre a morte de Glushkov. No texto, as autoridades disseram que os investigadores russos do Comitê estavam dispostos a colaborar com os policiais britânicos.
Ex-diretor da companhia aérea russa Aeroflot nos anos 1990, Glushkov foi condenado a 8 anos de prisão e ao pagamento de US$ 20 milhões pela Justiça russa em 2017 por desvio de fundos da empresa. A denúncia de corrupção foi lançada em 1999, quando Glushkov fazia parte dos parceiros de Boris Berezovski.
Berezovski, ex-oligarca russo que se tornou opositor ao Kremlin, foi encontrado enforcado em sua residência perto de Londres em março de 2013. Na época, Gluchkov questionou a tese de suicídio.
Tensão entre Londres e Moscou
A morte de Glushkov acontece num momento de tensão entre o Reino Unido e a Rússia por conta do envenenamento de um ex-espião russo Serguei Skripal em solo britânico.
Na segunda-feira (12), o governo britânico acusou o governo russo de estar envolvido na tentativa de assassinato do ex-espião e sua filha e pediu explicações. A Rússia negou envolvimento, mas não forneceu justificativas. Como consequência, o Reino Unido decidiu expulsar 23 diplomatas russos em solo britânico.
A polícia britânica e o serviço secreto do MI5 também anunciaram que irão reabrir as investigações sobre a morte de 14 pessoas no Reino Unido nos últimos anos que teriam ligações com a Rússia.
Na quinta-feira (15), o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou vai expulsar diplomatas britânicos em breve, em retaliação à decisão do Reino Unido de expulsar 23 enviados russos de Moscou.
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