Ativista antiapartheid na África do Sul, Winnie Mandela morre aos 81 anos
Do UOL, em São Paulo
02/04/2018 11h27
Winnie Madikizela-Mandela, ativista antiapartheid e ex-mulher de Nelson Mandela, morreu nesta segunda-feira (2) aos 81 anos em Joanesburgo, após enfrentar uma "longa doença", segundo seu porta-voz.
"É com grande tristeza que informamos ao público que a Sra. Winnie Madikizela Mandela faleceu no hospital Milkpark de Joanesburgo na segunda-feira, 2 de abril", declarou o porta-voz Victor Dlamini.
Winnie Mandela, como ficou conhecida, foi mulher de Nelson Mandela entre 1958 e 1996, justamente no período em que o líder sul-africano ficou preso (1962-1990). Nos anos em que Mandela esteve na cadeia, ela representou o líder publicamente e ficou conhecida no mundo pelas atividades contra o apartheid e a favor dos direitos humanos.
Mesmo separada do líder, Winnie Mandela o visitou constantemente durante seus últimos anos de vida. Mandela morreu em 2013, aos 95 anos.
De caráter forte, ela se tornou um ícone da luta contra o racismo na África do Sul, mas também foi alvo de críticas e se envolveu em controvérsias.
Após a morte de Mandela, ela contestou na Justiça sul-africana o testamento do ex-presidente, pedindo a posse de uma propriedade da família em Qunu. Ela afirmou ter adquirido a casa em 1989, quando Mandela ainda estava preso. O pedido foi negado.
Ela não recebeu nada dos 4,1 milhões de dólares do espólio de Mandela, que foi dividido entre sua família --incluindo sua última esposa, Graça Machel--, o partido governista Congresso Nacional Africano, ex-empregados e várias escolas. Cada um dos seus seis filhos e alguns de seus netos receberam 300 mil dólares, e a propriedade de Qunu ficou sob custódia da família.