Nacionalistas ucranianos capturam brasileiro que combateu com separatistas e o exibem pelas ruas
Um grupo de ultranacionalistas ucranianos capturou nesta sexta-feira em um mosteiro em Kiev o brasileiro Rafael Lusvarghi, que combateu nas fileiras dos rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Lusvarghi, de 33 anos, foi levado pelos integrantes de grupos radicais vinculados ao temido Batalhão Azov até a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), segundo é possível ver em imagens nas quais um jovem nacionalista esbofeteava o cidadão brasileiro. Além disso, obrigaram Lusvarghi a pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que o trocasse por soldados ucranianos em poder dos separatistas pró-Rússia.
Os nacionalistas, que conduziram Lusvarghi pelas ruas de Kiev com as mãos amarradas nas costas, pediram energicamente explicações aos representantes do SBU pela libertação de um cidadão estrangeiro que tinha matado ucranianos. Em seguida, os funcionários levaram Lusvarghi ao interior do edifício, onde foi interrogado, segundo informou a porta-voz do SBU, Elena Guitlianskaya. As imagens foram publicadas no perfil da Radio Free Europe no YouTube.
O UOL entrou em contato com o Itamaraty na noite desta sexta-feira (4). Em nota, a chancelaria brasileira afirmou que a Embaixada do Brasil em Kiev está acompanhando os últimos desdobramentos do caso e prestando toda a assistência cabível. De acordo com a nota, a Embaixada certificou-se que Lusvarghi não está ferido e encontra-se em segurança.
Lusvarghi foi condenado em janeiro de 2017 a 13 anos de prisão por participar de atividades terroristas contra o Estado ucraniano, mas foi posto em liberdade no final do ano passado supostamente por irregularidades processuais.
Aparentemente, o brasileiro decidiu refugiar-se em um mosteiro ortodoxo nos arredores de Kiev, já que as autoridades requisitaram seu passaporte, razão pela qual não podia deixar o país.
O cidadão brasileiro chegou em outubro de 2014 à região de Donestk, onde alistou-se como voluntário nas fileiras dos separatistas pró-Rússia, mas se feriu no ano seguinte e acabou deixando a zona de conflito.
Lusvarghi retornou ao Brasil em meados de 2016, mas voltou à Ucrânia no final desse mesmo ano atraído por uma falsa oferta de trabalho.
Na realidade, o SBU tinha preparado uma armadilha e o prendeu logo após aterrissar no aeroporto internacional de Borispol, após o que Lusvarghi foi condenado a 13 anos de prisão no primeiro processo dessa classe contra um estrangeiro. (Com Efe)
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