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"Acordei atordoado, tudo balançava", relata brasileiro sobre terremoto que matou 3 no Japão

Bruno Aragaki

Do UOL, em São Paulo

18/06/2018 12h25

Ainda dormindo, o paulista Daniel Serrano, 30, não entendeu muito bem o que acontecia ao sentir o tremor que atingiu a região de Osaka, no Japão, nesta segunda-feira (18) – noite de domingo no Brasil.

“Acordei atordoado, tudo balançava. Não sabia se estava sonhando, ou se era um terremoto”, disse ao UOL, por telefone.

A confirmação chegou pelo celular: a Agência Meteorológica Japonesa enviou alertas em japonês e em inglês avisando dos tremores fortes. O terremoto chegou à magnitude 6,8, causou ao menos três mortes e centenas de feridos.

“Também ouvi sirenes tocar. Nesses casos, o protocolo de segurança é tentar se proteger embaixo da mesa, porque objetos podem cair das prateleiras. E não sair de casa até ter certeza de que o tremor parou”, diz.

18.jun.2018 - Brasileiro Daniel Serrano, 30, morador da região de Osaka, no Japão, que foi atingida por um terremoto - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Daniel Serrano, morador da cidade de Nara
Imagem: Arquivo pessoal

Morando na cidade de Nara desde setembro, Serrano recebeu uma bolsa do Ministério da Educação do Japão destinada à qualificação de professores estrangeiros. No Brasil, ele dá aulas de português.

“Foi a primeira vez que passei por um terremoto. Agora, a gente vive a expectativa de tremores secundários”, conta.

Naturalidade

No Japão pela segunda vez, Natalia Eckert conta que os japoneses reagem ao terremoto “com naturalidade”. "Muitos lamentaram as mortes, principalmente a da garota, mas a vida segue quase normalmente", relata.

“Eu também já fiquei mais calma. Da outra vez, fiquei assustada. Agora, estava tranquila”, completou a estudante de língua japonesa.

Para financiar seus estudos, Eckert também trabalha como professora em uma creche para crianças estrangeiras. “Fazemos treinamentos regularmente e somos orientados a proteger a cabeça das crianças da queda de objetos. Como ainda estava em casa, olhei em volta e verifiquei: não tem vidro em volta, nem nada que vá cair em mim”, contou. 

Objetos caídos no banheiro da russa Irina Novoselova, namorada do brasileiro - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Objetos caídos no banheiro da russa Irina Novoselova, namorada do brasileiro
Imagem: Arquivo pessoal

A russa Irina Novoselova, 23, namorada de Daniel, relata que na região onde mora, ao norte de Osaka, os efeitos foram mais “violentos”.

“Alguns potes caíram no banheiro, uma xícara se quebrou. Senti os tremores por mais de um minuto”, disse Novoselova, que faz mestrado no Japão e pensa em, na sequência, estudar um doutorado.

“O terremoto é assustador. Mas voltar para a Rússia, com aquela economia, dá mais medo ainda”, diz.