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"Vamos ter uma relação extraordinária", diz Trump na abertura de cúpula com Putin

Do UOL, em São Paulo

16/07/2018 08h31Atualizada em 16/07/2018 12h38

Após um atraso de meia hora de Vladimir Putin em sua chegada à Finlândia, começou por volta das 14h10 locais (8h10 de Brasília) o encontro do líder russo e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (16), em Helsinque.

Os dois discursaram brevemente no Palácio Presidencial da Finlândia, que sedia o encontro. Putin afirmou que a reunião era boa para que EUA e Rússia discutam as questões que precisam resolver.

Já Trump iniciou sua fala fazendo referência à Copa do Mundo, que terminou no último domingo. "Foi uma das melhores, pelo que todo mundo me fala, e também para sua seleção, que foi muito bem. Assisti a alguns jogos, à final e às semifinais, e foram jogos espetaculares. A organização foi ótima."

Na sequência, Trump disse que se concentrará em melhorar as relações entre EUA e Rússia.

"Temos ótimas oportunidades juntos e, francamente, não tivemos uma relação muito boa nos últimos anos. Estou aqui há não muito tempo, quase dois anos, e acho que vamos acabar tendo uma relação extraordinária. Eu sempre disse que os EUA se darem bem com a Rússia é algo bom, não ruim", afirmou Trump.

Na manhã, ao desembarcar em Helsinque, Trump havia utilizado sua conta no Twitter para criticar a maneira como a diplomacia entre Rússia e Estados Unidos foi conduzida pelos governos anteriores. "Nossa relação com a Rússia NUNCA esteve pior":

Ao iniciar a cúpula com Putin, Trump retomou o assunto: "O mundo quer ver a gente se dando bem. São duas grandes potências nucleares, que têm 90% das armas nucleares do mundo, e isso não é uma coisa boa. Espero que a gente possa fazer algo sobre isso, porque essa é uma força negativa. Vamos falar sobre isso, entre outras coisas."

A frase também acena à possibilidade de diálogo sobre desarmamento nuclear com os russos.

Trump disse que tinha "várias coisas boas" para discutir com Putin, "do comércio a Forças Armadas, mísseis, à China do nosso amigo mútuo, o presidente Xi [Jinping]".

"Todos temos muitas perguntas e, espero, chegaremos a respostas. É ótimo estar com você", finalizou Trump.

Ficou de fora do preâmbulo da cúpula a possível interferência do Kremlin na eleição presidencial norte-americana de 2016 - na última sexta-feira (13), o Departamento de Justiça dos EUA indiciou 12 agentes de inteligência da Rússia por invadirem e-mails de políticos democratas antes da votação.

Trump, que questiona a investigação e a chama de "caça às bruxas", disse há alguns dias que perguntaria a Putin sobre a suposta interferência, sempre negada pelo governo russo.

Trump estendeu a mão para cumprimentar Putin antes dos repórteres serem orientados a deixarem o local. A primeira conversa entre os dois está programada para durar uma hora e meia, apenas com Trump, Putin e seus tradutores. Depois, eles serão acompanhados por assessores mais próximos e, em seguida, concederão uma entrevista coletiva para os jornalistas.

Trump culpa Obama e governos dos EUA pela relação ruim

Pouco antes de encontrar Putin, Trump utilizou sua conta no Twitter para criticar a maneira como governos anteriores conduziu a diplomacia russo-americana.

"Nossa relação com a Rússia NUNCA esteve pior, devido a muitos anos de tolice e estupidez americana". Ele também citou a investigação sobre a possível interferência do Kremlin na campanha eleitoral americana de 2016. 

Na mesma rede social, o Ministério das Relações Exteriores russo respondeu: "Estamos de acordo".

De acordo com Trump, seu antecessor, Barack Obama, "pensou que Hillary Clinton venceria a eleição, então quando foi informado sobre o FBI da interferência russa, ele disse que ela não poderia acontecer, não era nada de mais e não fez nada sobre isso". "Quando eu venci isso virou uma grande história", acrescentou Trump.

A cúpula desta segunda é a última etapa de uma viagem de uma semana pela Europa, na qual Trump atacou duramente seus aliados, especialmente a Alemanha, sem criticar o presidente russo.