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Morre senador norte-americano John McCain, herói de guerra e candidato à presidência dos EUA em 2008

3.set.2013 - O senador republicano John McCain durante entrevista no Capitólio, em Washington - J. Scott Applewhite/AP
3.set.2013 - O senador republicano John McCain durante entrevista no Capitólio, em Washington Imagem: J. Scott Applewhite/AP

Do UOL, em São Paulo

25/08/2018 21h36

Morreu neste sábado (25), aos 81 anos, o senador norte-americano John McCain, devido a um câncer no cérebro diagnosticado há um ano. McCain foi herói de guerra, candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano e ferrenho crítico do atual presidente, Donald Trump, eleito em 2016 pelo seu partido. A informação foi confirmada por Meghan McCain, filha do senador, por meio de sua conta no Twitter: "Eu te amo para sempre, meu amado pai", ela diz em sua postagem (veja abaixo).

Nesta sexta-feira (24), a família de McCain informou que o congressista havia decidido interromper seu tratamento contra o câncer, em curso desde julho de 2017

"Há um ano, John superou as expectativas de sobrevida, mas o avanço da doença e o envelhecimento inexoráveis deram seu veredicto. Com sua habitual determinação, ele decidiu pôr fim a seu tratamento médico", escreveu a família em um comunicado.

O tempo de sobrevida para este tipo de câncer é de 12 a 15 meses.

McCain nasceu em 29 de agosto de 1936, no Canal do Panamá. Filho e neto de almirantes, foi primeiro piloto de caça. Combateu no Vietnã, onde foi ferido, preso por mais de cinco anos e torturado por seus captores. Durante toda a sua carreira política se opôs ferozmente à tortura, denunciando a CIA (agência de inteligência norte-americana) pelas práticas de interrogatório sob a Presidência de George W. Bush.

Ao retornar aos Estados Unidos, foi recebido como herói na Casa Branca pelo então presidente Richard Nixon (1913-1994). Mais tarde, foi eleito deputado e depois senador pelo estado do Arizona, em 1986, assento que ocupou até sua morte.

Ele tentou ser presidente dos Estados Unidos em duas ocasiões. Na primeira, em 2000, perdeu a indicação do Partido Republicano para George W. Bush, eleito naquele ano. Na segunda, em 2008, venceu as primárias do partido, mas foi derrotado nas urnas pelo democrata Barack Obama.

Embora de posição conservadora na maior parte dos temas (ele era contra o aborto e o casamento gay, entre outros pontos), McCain por diversas vezes bateu de frente com seu partido. Desde dezembro de 2017, porém, não comparecia mais às sessões do Senado devido aos problemas de saúde.

Críticas a Trump

Apesar da doença, McCain se manteve relativamente ativo politicamente. Em 2017, desafiou o presidente Donald Trump, por quem jamais escondeu seu desprezo, votando contra a sua reforma da saúde.

O senador criticou Trump várias vezes abertamente, chamando-o de "desinformado" e "impulsivo".

Em suas memórias, publicadas em maio de 2018 sob o título "The Restless Wave" (a onda inquieta, em tradução livre), denunciou a aparente simpatia do atual presidente norte-americano pelo russo Vladimir Putin.

Antes de morrer, McCain começou a organizar seu próprio funeral, manifestando não querer a presença de Trump no evento.
O senador deixa sua mulher, Cindy, e sete filhos: Douglas, Andrew e Sidney, de seu primeiro casamento, com Carol Shepp; Meghan, John, James e Bridget, de seu casamento com Cindy.

(com AFP)