Brasileiro é condenado à prisão perpétua por assassinatos de tios e primos na Espanha
A Justiça espanhola condenou nesta quinta-feira (15) o paraibano François Patrick Nogueira Gouveia, 22, à prisão perpétua com possibilidade de revisão após cumprimento de 25 anos da pena. Ele foi considerado culpado por esquartejar seus dois tios e assassinar dois primos, de um e quatro anos, em agosto de 2016, na pequena cidade de Pioz.
O réu confesso, de 22 anos, escutou a sentença por videoconferência da prisão e não mostrou nenhuma reação ao conhecer a pena. Segundo a sentença, foi considerado provado que as quatro mortes foram assassinatos ao considerar o dolo e intencionalidade. A juíza argumentou que as vítimas não tiveram possibilidade de defesa. A decisão foi lida pela presidente do tribunal da província de Guadalajara, María Elena Mayor.
A condenação perpétua havia sido pedida pela Promotoria. É apenas a quinta vez que a condenação permanente é determinada na Espanha desde que a legislação entrou em vigor, em 2015.
O brasileiro foi considerado culpado por homicídio doloso, crueldade com menores de idade e sem considerar nenhum atenuante. Ele havia sido condenado pelos nove jurados que participaram de seu julgamento, no último dia 4.
A juíza sentenciou Patrick Nogueira a 25 anos de prisão pelo assassinato da tia Janaina e a três penas de prisão permanente, duas delas pelos dois assassinatos no caso das crianças e uma pelo homicídio do tio Marcos. O caso do tio foi considerado um assassinato com dolo, mas recebeu a pena de prisão permanente revisável porque o acusado foi condenado por mais de três assassinatos.
A sentença também inclui uma indenização de 120 mil euros para os pais dos tios assassinados e de 18 mil euros para cada um dos seus irmãos, chegando a 24 mil no caso da irmã caçula de Janaina.
"Solitário e narcisista"
Conhecido como "o esquartejador de Pioz", Gouveia estava na Espanha desde março de 2016. Ele confessou à polícia que matou os tios Marcos Campos Nogueira e Janaína Santos Américo esquartejados e colocados em sacos de lixo, estimulado por "uma vontade irrefreável de assassinar". O crime chocou a comunidade de Pioz, de apenas 3.500 habitantes.
O jovem, descrito pelos investigadores como solitário, egocêntrico, narcisista e propenso às bebidas, declarou, no entanto, que não recorda ter matado as crianças, que também foram colocadas em sacos.
Enquanto cometia os crimes, ele conversou por WhatsApp com um amigo no Brasil, Marvin Henriques, a quem "pedia conselhos, relatava o que estava fazendo e enviava fotografias dos cadáveres, recebendo por parte de seu interlocutor mensagens de incentivo", afirma um documento judicial.
Os assassinatos aconteceram em 17 de agosto de 2016, mas a cena do crime só foi descoberta um mês depois, graças a um funcionário da manutenção que alertou para o odor procedente de uma residência na localidade de Pioz, 60 km ao leste de Madri.
Após a descoberta, Nogueira fugiu em 20 de setembro de 2016 para o Rio de Janeiro, mas retornou à Espanha um mês depois para entregar-se voluntariamente.
(Com AFP e EFE)
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