Navio segue para porto na Noruega, e resgate com helicópteros é suspenso
O navio de cruzeiro que ficou à deriva ontem no litoral oeste da Noruega segue, na tarde deste domingo (horário local), em direção ao porto de Molde, a cerca de 80 quilômetros, já com três dos quatro motores funcionando e com o apoio de duas embarcações. Segundo o centro de operações de resgate, a previsão é chegar ao porto por volta de 16h30 no horário local (12h30 em Brasília).
O trabalho de remoção de passageiros por helicópteros foi suspenso. Das 1.373 pessoas a bordo, 479 haviam sido retiradas com a ajuda das aeronaves. Cerca de 20 feridos foram levados a hospitais da região, segundo a empresa Viking Ocean Cruises, dona do navio. "Muitos estão traumatizados pela experiência e precisam de ajuda ao chegar ao abrigo", disse a Cruz Vermelha na Noruega.
"A maioria dos nossos passageiros é de idosos. Imagine como é ficar lá. Deve ter sido uma experiência terrível, mas eles parecem ter lidado muito bem com tudo isso", disse o bilionário norueguês Torstein Hagen, fundador e presidente da Viking Cruises.
Região de navegação difícil
O navio Viking Sky, de 227 metros de comprimento e 29 de largura, fazia uma viagem de 12 dias, que havia começado no dia 14. A maioria dos passageiros era dos Estados Unidos e do Reino Unido, mas também havia canadenses e australianos a bordo, segundo a dona do navio.
No momento do incidente, o cruzeiro navegava de Tromsø (norte) para Stavanger (sudoeste), e estava próximo da cidade de Alesund, a cerca de 370 km da capital Oslo. O comandante do navio lançou um alerta no começo da tarde de sábado (23), quando o mar agitado e problemas de motor fizeram com que ele começasse a flutuar em direção a uma costa rochosa.
A navegação é notoriamente difícil nesta região, conhecida como Hustadvika. As autoridades estudam a construção de um túnel para barcos em uma montanha do litoral para evitar a navegação em alto mar.
Apenas no fim da madrugada, no horário local, um dos quatro motores da embarcação voltou a funcionar e o cruzeiro pôde se estabilizar e ancorar na baía de Hustadvika, entre as cidades de Alesund e Trondheim, a dois quilômetros da costa. A partir de então, começou a operação de resgate dos passageiros.
Vento e chuva forte atrapalharam resgate
A operação de resgate foi prejudicada por causa da maré, das chuvas e ventos fortes, que impediram o envio de outras embarcações.
De acordo com o jornal norueguês "VG", a equipe de resgate enfrentava ondas de 8 metros e ventos de quase 70 km/hora. O resgate, então, ficou restrito aos helicópteros, que só podem transportar entre dez e 15 pessoas por vez.
No início da manhã, mais dois motores voltaram a funcionar. "Os cabos para o reboque estão sendo instalados", informou o Centro de Resgates do Sul da Noruega, pelo Twitter. A operação de salvamento continuou, apesar do mar agitado, com ondas de seis metros de altura.
Vídeos mostram tensão de passageiros
Dentro do navio, o clima era de apreensão à espera do resgate, conforme revelam vídeos e fotografias publicados em redes sociais por passageiros (veja abaixo). Os vídeos mostram móveis e objetos se movendo de um lado para outro e partes da embarcação despencando, conforme o navio era levado por grandes ondas.
"Estávamos almoçando quando começou a chacoalhar. Janelas se quebraram e a água começou a entrar. Foi um caos. A viagem no helicóptero... preferia esquecer. Não foi engraçado", disse o americano John Curry à emissora NRK neste domingo (24).
Outro vídeo mostra os passageiros aglomerados em um local, vestindo coletes salva-vidas e aguardando o resgate.
(Com agências de notícias)
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