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Em estreia de série, Drauzio destaca crianças refugiadas: O que será delas?

Juliana Carpanez

Do UOL, em São Paulo

29/06/2019 04h01

A exibição da série "Drauzio em Campo: Líbano e Jordânia" no cinema Cinesala, em São Paulo, marcou nesta terça-feira (25) a estreia do MOV, a produtora de vídeos do UOL.

Na ocasião, o médico Drauzio Varella, apresentador da série, participou de um debate em que destacou aquilo que viu de mais marcante no Líbano e na Jordânia, onde conheceu o trabalho da organização Médicos Sem Fronteiras com as vítimas de guerras.

"[O que mais me marcou] Foi o menino do bracinho", disse Varella, referindo-se ao encontro com uma criança do Iêmen. O garoto --paciente do hospital de reconstrução de Médicos Sem Fronteiras em Amã (Jordânia)-- perdeu o braço após uma explosão no quintal de sua casa, quando seu irmão morreu. Sua história é contada em "Reconstrução", o terceiro episódio da série.

Também participaram da conversa Ana de Lemos, diretora-executiva da organização Médicos sem Fronteiras no Brasil, Abdulbasset Jarour, refugiado sírio que vive há cinco anos no Brasil, Gislaine Miyono, coordenadora de produção e diretora de fotografia da série, e Newman Costa, diretor da série. O conteúdo foi produzido pela Uzumaki.

Jarour, que passou três meses no Líbano após fugir da guerra na Síria, disse ter ficado emocionado ao ver o documentário. Ele contou sua história, destacando por que buscou um visto logo depois de fugir da Síria. "Eu tinha medo de atravessar o mar em um barco no qual cabem 20 pessoas, mas entram 60. [...] Fiz a entrevista e me deram o visto para o Brasil. Cheguei aqui em fevereiro de 2014 e, depois de um ano, caiu uma bomba em cima da minha irmã. Meu cunhado morreu, minha irmã perdeu a perna."

O sírio também destacou a situação das crianças, sem acesso à educação e "que quase não têm futuro". Drauzio Varella reforçou: "As crianças vivem o pior pedaço [da crise dos refugiados]. Os adultos ainda têm essa possibilidade que o Abdul teve, de começar uma vida nova. [...] Mas qual a chance de uma criança dessas? Muitas não têm nem registro, não têm cidadania, portanto não terão passaporte. O que vai ser delas?".

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