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Brasil na OCDE: carta não traz "posicionamento preciso" dos EUA, diz Pompeo

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo anuncia criação de órgão internacional para garantir liberdade religiosa - Mandel Ngan/AFP
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo anuncia criação de órgão internacional para garantir liberdade religiosa Imagem: Mandel Ngan/AFP

Do UOL, em São Paulo

10/10/2019 20h40

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo afirmou hoje no Twitter que os Estados Unidos farão "grande esforço" para que o Brasil entre no OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e que a carta vazada "não representa com precisão a posição" do governo norte-americano.

O governo dos Estados Unidos recusou hoje a solicitação do Brasil para fazer parte do OCDE. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg. Segundo a publicação, Pompeo rejeitou um pedido para discutir o aumento do clube dos países mais ricos.

"Ao contrário dos relatos da mídia, os Estados Unidos, consistentes com a Declaração Conjunta do Presidente Donald Trump e do presidente Jair Bolsonaro em 19 de março apoia totalmente o Brasil no início do processo para se tornar um membro pleno da OCDE", escreveu Pompeo.

"Nós damos os parabéns pelos esforços contínuos do Brasil em relação a reformas econômicas, melhores práticas e uma estrutura regulatória alinhada aos padrões da OCDE."

"A carta vazada não representa com precisão a posição dos Estados Unidos em relação ao crescimento da OCDE. Somos apoiadores da entrada do Brasil nesta importante instituição e os Estados Unidos farão um grande esforço para apoiar a adesão do Brasil", finalizou.

Os EUA apoiam a ampliação comedida da OCDE e um eventual convite para o Brasil, mas Pompeo não negou que estão trabalhando primeiro para as entradas de Argentina e Romênia, tendo em vista os esforços de reforma econômica e o compromisso com o livre mercado desses países.

Diante da prioridade dada a argentinos e romenos na entrada, Jair Bolsonaro (PSL) mostrou compreensão com o rigor na seleção de novos membros.

A informação divulgada pelo Bloomberg foi obtida a partir da cópia de uma carta enviada ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em 28 de agosto. Ele acrescentou que Washington apenas apoiou as ofertas de membros da Argentina e da Romênia.

A mensagem contradiz a postura pública adotada pelos Estados Unidos sobre a questão. Em março, o presidente Donald Trump declarou, em conferência com Bolsonaro, na Casa Branca, que ele apoiaria o Brasil na tentativa de entrar no grupo de 36 países.

Em julho, o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, reiterou o apoio de Washington ao Brasil, que apresentou seu pedido de adesão à OCDE em maio de 2017.