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Empresa de avião que caiu na Austrália fez mais de 600 missões no país

Foto tirada em 10 de janeiro mostra avião Hércules C-130 em operação durante incêndio florestal em Nova Gales do Sul, na Austrália - Saeed Khan/AFP
Foto tirada em 10 de janeiro mostra avião Hércules C-130 em operação durante incêndio florestal em Nova Gales do Sul, na Austrália Imagem: Saeed Khan/AFP

Do UOL, em São Paulo

23/01/2020 12h00

A Coulson Aviation, empresa proprietária do avião que caiu ontem enquanto combatia incêndios na Austrália, realizou 600 missões no país desde 2019 auxiliando os bombeiros em terra. O acidente, que matou três bombeiros norte-americanos, é o primeiro neste trabalho.

Segundo a empresa, os três americanos tinham muita experiência nesse tipo de situação. Após o acidente, a Coulson paralisou sua frota de aviões após o acidente, acrescentou ele, aguardando uma revisão para descartar qualquer problema sistêmico, como de combustível.

O avião Hércules C-130 trabalhava nas Montanhas Nevadas, em Nova Gales do Sul. A aeronave perdeu o contato no início da tarde de ontem. As autoridades australianas confirmaram que o avião caiu cerca de 120 quilômetros ao sul de Camberra.

As causas deste acidente ainda são desconhecidas, mas o chefe dos bombeiros das zonas rurais de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons, mencionou pouco antes que as condições de trabalho eram "muito complicadas" devido ao vento na hora do acidente.

Ontem, os serviços meteorológicos australianos previram ventos de cerca de 90 km/h na região. Fitzsimmons comentou que eles eram mais fortes no momento do acidente. "Estamos tentando encontrar aviões e helicópteros maiores, mas é difícil. É muito perigoso para que voem", disse.

O porta-voz da Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália afirmou que a aeronave entrou em um vale para lançar o retardante e não emergiu.

Um vídeo divulgado no dia 17 (cinco dias antes da tragédia), feito pelo canal 7News, da Austrália, mostrou um pouco de como os aviões operam nos incêndios:

"A tragédia ilustra os perigos que os bombeiros estão dispostos a enfrentar para proteger a população", declarou o ministro dos Serviços de Emergência da Austrália, David Littleproud.

Com o acidente, o número de mortos sobe para 32 na Austrália. Desde setembro, uma área de mais de 100 mil km2, ou seja, maior do que um país como Portugal, foi devastada pelas chamas. Mais de 2.000 casas foram destruídas, e 1 bilhão de animais morreram nos incêndios.

Amanhã as temperaturas devem cair novamente, mas "a temporada de incêndios não terminará em Nova Gales do Sul até o final de março", alertou Fitzsimmons.

Fogo avança e fecha aeroporto da capital

Os incêndios florestais perto de Canberra levaram as autoridades a fechar o aeroporto da capital da Austrália para voos comerciais. Com a medida, o aeroporto receberá apenas os voos de combate aos incêndios.

As altas temperaturas e os fortes ventos alimentaram os focos de incêndios em várias áreas no leste da Austrália hoje, encerrando um período de trégua de vários dias com chuvas e clima frio.

Área perto do aeroporto de Canberra - Xinhua/Liu Changchang - Xinhua/Liu Changchang
Área perto do aeroporto de Canberra, na Austrália, é atingida por incêndios florestais. O aeroporto foi fechado pelas autoridades
Imagem: Xinhua/Liu Changchang

Os voos foram suspensos por volta do meio-dia (22h de Brasília, quarta-feira) "para permitir as operações de combate aos incêndios da aviação", disse à AFP um porta-voz do terminal aéreo.

Um incêndio fora de controle ao sul do aeroporto levou a declaração do estado de emergência em três bairros do subúrbio de Canberra.