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Gâmbia exige investigação dos EUA após homem ser morto a tiros pela polícia

Lamin Sisay foi morto após confusão policial na sexta-feira; Polícia diz que houve perseguição e troca de tiros, mas família contesta - Reprodução / Facebook
Lamin Sisay foi morto após confusão policial na sexta-feira; Polícia diz que houve perseguição e troca de tiros, mas família contesta Imagem: Reprodução / Facebook

Do UOL, em São Paulo

03/06/2020 12h24Atualizada em 03/06/2020 12h58

Gâmbia exigiu investigação "transparente, credível e objetiva" por parte dos Estados Unidos sobre a morte de Lamin Sisay, de 39 anos, após uma perseguição policial. O caso aconteceu na sexta-feira (29), em Atlanta, nos Estados Unidos.

Sisay era filho do ex-funcionário da ONU e diplomata da Gâmbia, Lare Sisay. O país africano emitiu uma nota ontem através do Ministério da Relações Exteriores dizendo que solicitou à embaixada de Gâmbia em Washington para que envolva as autoridades americanas relevantes, incluindo o Departamento de Estado, na investigação.

Segundo a versão da polícia, Sisay foi baleado após uma perseguição de carro em que o gambiano atirou nos agentes. Investigadores do estado da Geórgia disseram que os policiais pediram para ele encostar o carro, o que foi negado. Sisay teria mostrado uma arma e disparado em direção aos policiais, que revidaram, de acordo com a BBC.

A família e amigos contestam a versão. O pai aguarda a autópsia independente do corpo de Sisay, que morreu na hora. Ele disse, em entrevista ao site Fatu Network, de Gâmbia, que o filho era alguém "que abominava a violência".

"Eles não fizeram nenhuma tentativa de revistá-lo, pedir que ele saísse do veículo ou que largasse a arma. Eles apenas atiraram. Vários tiros foram disparados e ele morreu no local", disse Lare Sisay. A família pretende fazer uma investigação separada.

O Departamento de Investigação da Geórgia apura o caso envolvendo a polícia de Snellville e de Gwinnett.

A morte de Sisay acontece em meio aos protestos em defesa das vidas negras e contra a violência policial nos EUA. O estopim das manifestações — que ocorrem há oito dias — foi a morte de George Floyd, em Minnesota, após um policial asfixiá-lo durante 8 minutos e 46 segundos com o joelho.