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Homem empurrado por policiais nos EUA é ativista de longa data

Do UOL, em São Paulo

06/06/2020 16h34Atualizada em 06/06/2020 17h18

Em 12 dias de protestos antirracistas nos Estados Unidos, os manifestantes têm ainda enfrentado a truculência policial em ações que geram repercussão internacional. Uma cena em especial chamou a atenção na última quinta (4), quando foi divulgado vídeo em que policiais de Buffalo, em Nova York, empurravam um idoso de 75 anos.

Ao bater a cabeça no chão, Martin Gugino, um ativista pacífico de longa data, aparece sangrando. A cena aconteceu durante os protestos antirracistas motivados pela morte de George Floyd, sufocado pelo agente Derek Chauvin durante uma abordagem policial.

Gugino é integrante da Western New York Peace Center (Centro de Paz do Oeste de Nova York), uma organização ativista da cidade de Buffalo.

Segundo seu blog pessoal, Gugino já foi preso quatro vezes em manifestações, mas nunca foi acusado. Na quinta-feira (4), Gugino participava de um ato contra o racismo nos EUA.

"Uma coisa eu sei: Martin é uma pessoa não violenta", afirmou Vickie Ross, a diretora executiva da organização em uma entrevista à TV local, WKBW.

O jovem Antonio Wells, que também estava na manifestação, disse que presenciou a cena e ouviu os policiais.

"Ele se levantou da escada, aproximou-se dos policiais e disse: 'Não, eu não vou me mexer'. Foi quando a polícia disse para empurrá-lo, o que fizeram", narra Wells.

A advogada de Gugino, Kelly V. Zarcone, disse ao site ABC que seu estado de saúde é grave, mas estável.

Em um primeiro momento, a polícia divulgou um comunicado dizendo que uma pessoa "ficou ferida após tropeçar e cair". No entanto, mais tarde, a prefeitura da cidade informou a suspensão dos agentes. O prefeito Byron Brown expressou estar "profundamente perturbado" pelas imagens.

O episódio provocou a ira do governador de Nova York, Andrew Cuomo, que afirmou que "a polícia deve defender as pessoas e se defender, e isso é um fato. Mas também existe casos de abuso de poder, e isso também é um fato". "Os abusos devem terminar, devemos mudar".

"Quando é demais, é demais. É preciso interromper os abusos para defender a maioria dos policiais que fazem seu trabalho da melhor maneira possível", completou.

Após a suspensão, um grupo formado por 57 policiais deixou a equipe de emergência de Buffalo em aparente solidariedade aos dois agentes.