Arábia Saudita rejeita carga e 3.000 ovelhas morrem de fome e de sede
Do UOL, em São Paulo
13/08/2020 09h58
Ao duvidar da eficácia de uma quarentena imposta a uma carga de 58 mil ovelhas que vinha do Sudão, a Arábia Saudita devolveu os animais, mas cerca de 3.000 morreram de fome e de sede.
Na viagem de volta, feita por navio, algumas ovelhas chegaram a se afogar, de acordo com informações divulgadas pelo governo sudanês.
De acordo com o site britânico The Guardian, a Arábia Saudita descobriu que parte da carga não tinha recebido vacina contra uma série de doenças.
As ovelhas são mantidas em quarentena antes de serem exportadas e devem ser vacinadas contra três doenças: HS (septicemia hemorrágica), PPR (Peste des petits ruminants) e febre do Vale Rift.
O ministro sudanês Adil Farah disse que alguns animais foram substituídos.
"Temos problemas em nossas quarentenas em alguns estados, especialmente no leste do Sudão, nos estados de Kassala e Gadarif", disse ele.
"As áreas de quarentena de animais são abertas, então alguns dos exportadores trapaceiam e podem ter entrado depois de vacinarmos os animais para substituir alguns deles, esse é o problema."
Enquanto as ovelhas ainda estavam a bordo, esperando para serem devolvidas ao Sudão, milhares morreram após beber a água salgada do Mar Vermelho.
"Os perdedores neste processo, no final, são os pequenos produtores nas partes ocidentais do Sudão, de onde vem a maior parte do gado", disse Farah.
Animais vivos são um dos produtos de exportação mais importantes do Sudão, movimentando aproximadamente US$ 500 milhões em 2018, de acordo com o International Trade Center.
A Arábia Saudita compra mais de 70% de seu gado do Sudão.