Freiras brasileiras são feitas reféns por terroristas em Moçambique, diz TV
Duas freiras brasileiras que vivem em Moçambique foram mantidas reféns por extremistas islâmicos durante 24 dias, revelou o Fantástico, da TV Globo, na noite de hoje. Ambas foram liberadas em setembro, em estado de saúde debilitado.
Em entrevista ao Fantástico, o brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo de Pemba (capital da província de Cabo Delgado, que vem sendo alvo de ataques terroristas no país), relatou que a vila de Mocímboa da Praia, onde as duas eram missionárias, foi tomada por radicais no dia 11 de agosto.
Mesmo diante do cerco feito na região, as duas mantiveram a missão de acolhimento e levavam alimentos a idosos e crianças que não conseguiram fugir a tempo. Dom Luiz afirmou à TV que as duas só foram libertadas no início deste mês.
"As duas chegaram bastante debilitadas. Uma delas com malária, com febre alta. Agora vão precisar de repouso, cuidados médicos e psicológicos", contou ele.
Dom Luiz também apontou que a onda de violência pode ter sido agravada pela pobreza na região. Nos últimos três anos, de acordo com a reportagem, Cabo Delgado registrou 563 conflitos armados, com 1.906 óbitos em decorrência dos ataques — 1.021 das mortes são de civis.
O bispo afirmou que os ataques são coordenados por um grupo extremista islâmico. Ele declarou que os radicais disseram pertencer ao Estado Islâmico.
Para o embaixador do Brasil em Moçambique, Carlos Alfonso Iglesias, os terroristas de aproveitam da pobreza e falta de ação do Estado na área para "cooptar algumas pessoas, alguns jovens para essa causa".
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