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Covid-19 acelera nos EUA e especialistas alertam sobre colapso em hospitais

                                 Em setembro, cerca de 50% dos habitantes dos Estados Unidos declararam usar máscara.                              -                                 ANGELA WEISS / AFP
Em setembro, cerca de 50% dos habitantes dos Estados Unidos declararam usar máscara. Imagem: ANGELA WEISS / AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

27/11/2020 22h35

Com o aumento de casos e mortes causadas pela covid-19 nos Estados Unidos, o sistema hospitalar americano começou a apresentar sinais de sobrecarga. De norte a sul, leste a oeste do país, os hospitais vêm operando no limite, sem leitos para novos pacientes e esgotamento dos profissionais de saúde.

A taxa de hospitalizações, atualmente no nível mais alto desde que a pandemia começou, virou mais um fator de problema, junto com o crescimento no número de novos casos e óbitos, que vêm batendo recordes diários. Ao todo, já são mais de 13 milhões de casos de covid-19 no território americano, mais de 260 mil mortes causadas pela doença e, atualmente, cerca de 90 mil cidadãos estão internados tratando do coronavírus no país da América do Norte.

De acordo com o New York Times, a pandemia se espalhou, inicialmente, por grandes metrópoles, como Nova York, e passou a atingir com força cidades e áreas rurais em todo o país.

Em podcast produzido pelo CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais), o epidemiologista Dr. Michael Osterholm, que faz parte da equipe para aconselhar o presidente eleito Joe Biden, disse que o sistema de saúde está "a beira de um colapso".

Governadora e profissionais de saúde fazem apelo

No último domingo, funcionários do hospital da Universidade de Madison, no estado de Winsconsin, publicaram uma carta aberta à população alertando a todos da situação dos hospitais no estado.

"Dentro de nossos hospitais, temos pacientes com falta de ar, precisando de um ventilador para sobreviver e muitas vezes morrendo. Muitos deles estavam andando saudáveis

Além da covid, outras pessoas que precisam de diferentes tipos de procedimento têm sofrido com a falta de espaço nos hospitais.

"Em breve, você ou alguém que você ama pode precisar de nós, mas não seremos capazes de fornecer os cuidados essenciais que você precisa, seja para covid-19, câncer, doença cardíaca ou outras condições urgentes", alertam os profissionais na nota.

Em outras cidades e estados, o cenário é o mesmo. Na área mais rural do estado do Novo México, os hospitais estão operando com a capacidade máxima dos leitos ocupadas. Michelle Lujan Grisham, governadora do estado, fez um apelo para que a população ficasse em casa e "protegesse a si mesmo e aos outros".

"Essa é a realidade que enfrentamos quando a covid-19 pode se espalhar sem controle - UTIs lotadas, sem profissionais de saúde suficientes disponíveis. Proteja a si mesmo e os cidadãos do Novo México, protegendo nossos hospitais e equipes de saúde - fique em casa", escreveu a governadora no Twitter ao publicar uma notícia de sobrecarga no sistema de saúde do estado.

Preocupação com o feriado de Ação de Graças

Nas próximas semanas, o cenário se desenha para uma situação ainda pior. De acordo com especialistas de saúde, a falta de cuidado durante o feriado de Ação de Graças, em que milhões de americanos viajam para celebrar com a família, pode ser um agravante de algo que já é difícil.

"Não estou com medo pelo dia em si, mas pelo que vai acontecer, duas, três e quatro semanas depois", disse à CBC a Dra. Megan Ranney, médica e diretora do Brown-Lifespan Center for Digital Health, em Rhode Island. "Você não pode ter uma atividade de maior risco do que sentar ao redor de uma mesa sem máscara dentro de casa por horas", completou ela.

Para o Dr. Bill Schaffner, epidemiologista da Universidade Vanderbilt, a reunião de família com diferentes gerações é outro problema e pode expor mais a população idosa e com comorbidades ao vírus.

"Estou ainda mais preocupado que pessoas de alto risco sejam expostas a isso em todo o país.", finalizou ele.

*Com informações da Reuters

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente que 260 pessoas morreram de covid-19 nos Estados Unidos. Na verdade, são 260 mil mortes. A informação foi corrigida.