Topo

Esse conteúdo é antigo

Brasil e mais 15 países acusam eleições na Venezuela de 'fraudulentas'

14.jan.2020 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante discurso na Assembleia Constituinte, em Caracas - Federico Parra/AFP
14.jan.2020 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante discurso na Assembleia Constituinte, em Caracas Imagem: Federico Parra/AFP

Do UOL, em São Paulo

07/12/2020 10h31Atualizada em 07/12/2020 14h31

O Brasil e mais um grupo de 15 países da América publicaram hoje uma nota conjunta em que acusaram as eleições legislativas na Venezuela de "fraudulentas" e afirmam não reconhecer a "legalidade e a legitimidade" da votação, realizada ontem.

O pleito, que deu maioria no Parlamento ao presidente Nicolás Maduro, teve o boicote da oposição e um alto índice de abstenção: 69% dos eleitores não votaram.

"Exortamos a comunidade internacional a se unir na rejeição a essas eleições fraudulentas e a apoiar os esforços para a recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito na Venezuela", disseram os países signatários.

O documento é assinado, além do Brasil, por Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia.

Pelas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, já havia se manifestado sobre as eleições na Venezuela, classificadas por ele como "farsa eleitoral".

"O resultado de qualquer 'legitimação' de Maduro: mais opressão e fome para os venezuelanos, mais força para o crime em toda a região. Porém, o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade", escreveu o ministro.

Leia na íntegra a declaração dos países sobre as eleições de ontem na Venezuela:

Os signatários, um grupo de países interessados, incluindo membros do Grupo de Lima e outros países comprometidos em apoiar o retorno da democracia, declaram o seguinte:

  1. Reiteramos que as eleições de 6 de dezembro para renovação da Assembleia Nacional da Venezuela, organizadas pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro, carecem de legalidade e legitimidade pois foram realizadas sem as garantias mínimas de um processo democrático, de liberdade, segurança e transparência, e sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional.
  2. Exortamos a comunidade internacional a se unir na rejeição a essas eleições fraudulentas e a apoiar os esforços para a recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito na Venezuela.
  3. Exortamos os atores de toda a Venezuela, de todas as tendências ideológicas e filiações partidárias, a colocarem os interesses do país acima de tudo e a se comprometerem urgentemente com um processo de transição, definido e impulsionado pelos venezuelanos, de modo a encontrar uma solução pacífica e constitucional que leve o país a eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e críveis o mais rapidamente possível.