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Em 1º discurso, Biden faz apelo por união e exalta vitória da democracia

"Precisamos acabar com esta guerra incivil que opõe vermelho contra azul", pediu o novo presidente dos EUA - Alex Wong/Getty Images
'Precisamos acabar com esta guerra incivil que opõe vermelho contra azul', pediu o novo presidente dos EUA Imagem: Alex Wong/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/01/2021 14h23Atualizada em 20/01/2021 15h07

Em primeiro discurso após tomar posse, o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pregou união dos americanos, prometendo governar para todos, e exaltou o resultado da eleição como uma vitória da democracia. Ele também pediu por força e unidade da população no enfrentamento à pandemia, que, segundo o democrata, já vitimou mais americanos que a Segunda Guerra Mundial.

"Hoje é o dia da renovação. Por anos, os EUA superaram muitos desafios. Hoje celebramos o triunfo não de um candidato, mas de uma causa: a democracia. O povo, a vontade do povo, foram ouvidos e concretizados. A democracia é preciosa e frágil, e a democracia prevaleceu", disse o democrata.

Fazendo referência a invasão ao Capitólio, no último dia 6, Biden afirmou que a violência tentou abalar a base da democracia americana, mas sem sucesso, uma vez que o restante do país se uniu para fazer uma transição pacífica de poder, "como já fazemos há mais de dois séculos".

"A todos os que não apoiaram nossa campanha, escutem o que tenho a dizer. Se vocês ainda discordarem, tudo bem, isso é a democracia: o direito de discordar em paz. Democracia é uma das maiores forças deste país. Eu prometo a vocês: serei o presidente para todos os americanos. E eu lutarei tanto pelos que não me apoiaram quanto pelos que me apoiaram", acrescentou.

Precisamos acabar com esta guerra incivil que opõe vermelho contra azul, rural contra urbano, conservador contra liberal. Podemos fazer isso -- se abrirmos nossas almas ao invés de endurecer nossos corações
Joe Biden, em primeiro discurso após a posse

O novo presidente ainda caracterizou o atual momento como um dos maiores desafios da história do país. Os EUA são, de longe, os mais afetados pela covid-19 no mundo, com mais de 24,2 milhões de casos confirmados e 402 mil mortes, além dos milhões de empregos perdidos e centenas de comércios fechados, mencionados por Biden. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil é o segundo colocado em mortes no mundo, com 211 mil.

O democrata reconheceu a magnitude do trabalho que tem pela frente, voltando a pregar união dos americanos.

"Precisamos de toda a nossa força para ter perseverança neste inverno sombrio. No que talvez seja o período mais fatal do vírus, precisamos utilizar a ciência e encarar a pandemia como uma única nação. Como diz a Bíblia, talvez o choro dure uma noite, mas a alegria vem no dia seguinte. Sobreviveremos juntos", disse Biden.

Novo perfil no Twitter

Não demorou muito para que Biden estreasse no perfil oficial da presidência nas redes sociais — "POTUS", sigla em inglês para "presidente dos EUA". Na publicação, ele anunciou que está indo para o Salão Oval, na Casa Branca, onde começará a trabalhar imediatamente, tomando medidas "ousadas" de alívio às famílias americanas.

"Não há tempo a perder quando se trata de enfrentar a crise que estamos vivendo", escreveu.

Como de praxe, as antigas postagens de seu antecessor, o republicano Donald Trump, foram mantidas e estão acessíveis no "POTUS45". Banido do Twitter, o ex-presidente não tem perfis oficiais na rede social — ao menos, não que se saiba.

Sem pompa, sem Trump

Aos 78 anos, o democrata se tornou o presidente americano mais velho da história em uma cerimônia de posse que foi, em grande parte, despojada de pompa e circunstância habitual, devido à pandemia e às preocupações com a segurança após o ataque ao Capitólio, que deixou cinco mortos.

Trump se recusou a se encontrar com Biden e comparecer à posse, desrespeitando um último protocolo em seu caminho antes de deixar a Casa Branca e rompendo com uma tradição política vista como um símbolo da transferência pacífica de poder.

O republicano, que nunca admitiu a derrota na eleição, não mencionou Biden pelo nome em suas declarações finais como presidente, feitas na manhã de hoje, quando exaltou o histórico de seu governo e prometeu voltar "de alguma forma". Ele embarcou no Air Force One pela última vez e foi para seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida.

Importantes republicanos, incluindo o agora ex-vice-presidente Mike Pence e os líderes do partido no Congresso, compareceram à posse de Biden, juntamente com os ex-presidentes dos Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.

(Com Reuters)