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Mãe diz que filha de 22 anos teve morte súbita enquanto cochilava; entenda

Maddie Gill, de 22 anos, morreu no dia 5 de dezembro, na Austrália - Reprodução/7news.com.au
Maddie Gill, de 22 anos, morreu no dia 5 de dezembro, na Austrália Imagem: Reprodução/7news.com.au

Do UOL, em São Paulo

21/01/2021 18h37

Uma mãe australiana está destruída após perder a filha de 22 anos, Maddie Gill, depois que a jovem disse que estava saindo do trabalho e iria para casa dormir. A jovem, que era epiléptica — doença no qual há perturbação das células nervosas do cérebro que acarretam em convulsões —, foi encontrada aparentemente desfalecida dentro do quarto por um de seus colegas de apartamento, no dia 5 de dezembro. O colega ligou para o atendimento médico, mas foi constatada a morte da jovem.

"[Maddie] Estava praticamente sob controle [das convulsões] nos últimos cinco a seis anos, até agora", disse a mãe, Debra Tibbotts, ao site 7NEWS.com.au.

Maddie morava sozinha, trabalhava em meio período e se preparava para o seu último ano em um curso de comunicação na Universidade de Tecnologia de Queensland.

Segundo a mãe da jovem, Maddie trabalhou no período da manhã e voltou para casa ao meio-dia. "Ela me ligou a caminho de casa e disse: 'Estou indo para casa, mãe, tive uma manhã muito ocupada, estou muito cansada' e eu apenas disse a ela para ir para casa, almoçar e tirar uma soneca."

Segundo o site The Sun, algum tempo depois de Maddie ir dormir, um colega de apartamento da mulher entrou no quarto para chamá-la para montar a árvore de Natal, mas a encontrou aparentemente desfalecida. O colega ligou para o atendimento médico, mas foi constatada a morte da jovem.

Debra e seu marido, Chris, estavam em casa quando notaram que a universitária não ligou, nem mandou uma mensagem de boa noite como fazia sempre, mas não se preocuparam tanto pois imaginavam que a jovem ajudaria na montagem da árvore.

"Eram cerca de 22h30, estávamos em casa e um carro da polícia apareceu na nossa garagem e soubemos imediatamente que algo estava errado. Simplesmente não parecia real, foi a pior noite de nossas vidas."

O laudo necroscópico indicou que Maddie teve de Morte Súbita e Inesperada na Epilepsia (Sudep, na sigla em inglês), caso que ocorre quando uma pessoa com epilepsia morre repentinamente e não é encontrada nenhuma causa clara da morte.

Maddie foi diagnosticada com a doença ainda quando criança, mas não tinha nenhum relato de convulsão há mais de 10 anos. A necropsia do ator da Disney Cameron Boyce, que morreu em julho de 2019, indicou que o jovem também morreu nas mesmas condições de Maddie.

A Sudep ainda é pouco estudada e estima-se que afeta cerca de uma a cada mil pessoas adultas com epilepsia. De acordo com o site Epilepsy Foundation (Fundação de Epilepsia, em português), a Sudep é a principal causa de morte em pessoas que possuem convulsões não controladas.

A fundação ainda explica que ninguém tem certeza sobre a exata causa da morte na Sudep e isso pode ser diferente em cada um dos casos. Alguns pesquisadores acreditam que a convulsão pode provocar um ritmo cardíaco irregular e isso gera a morte, e um estudo apontou que dificuldades respiratórias depois de convulsão também pode ser uma das causadoras dos óbitos.

Pesquisa

Agora, Debra e Chris pretendem aumentar a conscientização e ajudar na coleta de fundos para pesquisas sobre a doença de ONG Epilepsy Queensland, que fornece suporte e treinamento para pessoas que vivem com epilepsia e familiares.

"Obviamente, ainda é muito cru e extremamente doloroso, mas tínhamos que fazer algo como família", disse Debra. "A arrecadação de fundos é notável, estamos maravilhados e muito satisfeitos por podermos ajudar outras famílias enlutadas que estão passando por coisas semelhantes."