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Invasores do Capitólio alegam influência de Trump para cometerem ato

Manifestantes apoiadores do presidente dos Estados Unidos durante invasão ao Capitólio - Win McNamee/Getty Images
Manifestantes apoiadores do presidente dos Estados Unidos durante invasão ao Capitólio Imagem: Win McNamee/Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

02/02/2021 12h01

Pelo menos seis das 170 pessoas acusadas de conexão com a invasão ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, tentaram transferir pelo menos parte da culpa para o ex-presidente Donald Trump em suas defesas na Justiça ou em entrevistas. O levantamento é da agência Reuters.

Um deles é Emanuel Jackson, de 20 anos, que foi foi capturado em vídeo usando um bastão de metal para golpear os escudos de proteção dos policiais na frente do Capitólio

Em sua defesa legal, Jackson cita comentários do então presidente em um comício em Washington pouco antes da invasão. Trump disse à multidão para "lutar como o inferno", disse "não vamos aguentar mais" e repetiu suas falsas alegações de que a eleição em que perdeu para Joe Biden foi "roubada" por meio de fraude eleitoral generalizada.

A advogada de Jackson, Brandi Harden, escreveu em uma ação judicial de 22 de janeiro que "a natureza e as circunstâncias deste crime devem ser vistas através das lentes de um evento inspirado pelo presidente dos Estados Unidos".

O cerco ao Capitólio, Harden acrescentou, "parece ter sido espontâneo e desencadeado pelas declarações feitas durante o comício". Harden argumentou que Jackson deveria ser libertado enquanto aguarda o julgamento. Um juiz em 22 de janeiro negou o pedido.

"Ele nos convidou"

Entre os outros réus que fizeram a alegação está Dominic Pezzola, que é acusado de estilhaçar uma janela no Capitólio com um escudo policial.

O advogado de defesa de Pezzola, Michael Scibetta, disse a Reuters que o ato foi influenciado por Trump. "O chefe do país disse: 'Gente do país, venha, diga às pessoas o que você pensa'. O pensamento lógico era 'ele nos convidou para descer''"", disse.

As alegações contra Trump fazem parte da estratégia de advogados para poupar os acusados de prisão preventiva. Jay Town, que atuou como promotor federal durante o governo Trump, diz que nenhum réu será capaz de evitar a culpabilidade criminal dizendo que foi incitado por Trump.

"Na verdade, é uma admissão de conduta criminosa", disse Town, agora conselheiro geral da empresa de segurança cibernética Gray Analytics. "Embora essa tática ineficaz possa ajudar nas manchetes, não ajudará no destino de nenhum réu".

*Com informações da Agência Reuters.