Coágulos em vacinados não têm relação com doses da AstraZeneca, diz agência
A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) garantiu em comunicado oficial que "não há indicação" de que a vacina Oxford/AstraZeneca cause coágulos sanguíneos, efeito colateral que não estava previsto na bula do imunizante.
Os governos da Dinamarca, Noruega e Itália anunciaram ontem a suspensão do uso da vacina contra a covid-19. Segundo o governo dinamarquês, primeiro a tomar a decisão, a medida é preventiva para que se avalie a relação com a formação de coágulos sanguíneos nos vacinados. A suspensão vai durar duas semanas. Assim, a lista de países que suspenderam a vacinação com o imunizante chegou a oito.
A vacina é uma das aprovadas para uso emergencial no Brasil, ao lado da CoronaVac, e até o momento não apresentou nenhum problema nas aplicações.
"Atualmente, não há indicação de que a vacinação tenha causado essas condições, que não estão listadas como efeitos colaterais com esta vacina. A posição do comitê de segurança da EMA é que os benefícios da vacina continuam a superar seus riscos e a vacina pode continuar a ser administrada enquanto a investigação de casos de eventos tromboembólicos está em andamento", afirmou a EMA.
A agência informou que um comitê avalia todos os casos adversos relatados por pessoas que receberam a vacina. Até 10 de março, o órgão regulador recebeu a notificação de 30 casos de eventos adversos entre cerca de cinco milhões de vacinados com a AstraZeneca.
"O número de eventos tromboembólicos em pessoas vacinadas não é maior do que o número observado na população em geral", avaliou.
Os efeitos colaterais mais comuns da AstraZeneca são considerados leves ou moderados e desaparecem após dias.
O mesmo entendimento da EMA apresentou a OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade, nesta sexta-feira, insistiu que até hoje não recebeu nenhum registro de mortes relacionadas com nenhuma das vacinas aprovadas.
Reino Unido e laboratório defendem vacina
Após as suspensões para avaliação dos casos, o governo britânico defendeu a vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford classificando-a como "segura" e "eficaz" e afirmando que continuará sendo usada no Reino Unido.
"Deixamos claro que (a vacina) é segura e eficaz", disse à imprensa um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson. "Quando se pede às pessoas para se apresentarem para recebê-la, devem fazer isso com confiança", acrescentou.
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