Fauci pede que líderes religiosos inspirem fiéis a se vacinarem
Diversas autoridades de saúde dos EUA, incluindo o principal epidemiologista do governo norte-americano, Anthony Fauci, e os CEOs da Moderna e da Pfizer, falaram hoje em uma conferência virtual promovida pelo Vaticano sobre os avanços em tecnologia médica.
O conselheiro-chefe sobre saúde do presidente Joe Biden ressaltou a importância dos líderes religiosos em aconselharem os fiéis sobre a necessidade de se vacinarem contra o coronavírus. Ele também afirmou que a pandemia veio para confirmar que a "fé e a ciência estão em constante evolução", e que os cientistas precisam admitir que não têm todas as respostas.
Para o médico, uma pessoa "profundamente religiosa" que ainda tenha alguma hesitação em relação à vacinação ouvirá as orientações da sua igreja e dos membros do clero.
Fauci estava se referindo à resistência de "inspiração religiosa" em tomar vacinas contra a covid-19 que tenham sido indiretamente desenvolvidas utilizando linhagens de células-tronco derivadas de fetos abortados.
O uso de células-tronco de fetos abortados para fins médicos há muito tempo é considerado "moralmente ilícito" pela Igreja Católica. No entanto, o Vaticano aprovou o uso, com ressalva, de vacinas da covid-19 produzidas a partir desse procedimento, tendo em vista o princípio de graus distintos de responsabilidade de cooperação com o mal.
Ou seja: como a pandemia é um perigo grave, essas vacinas podem ser usadas, em boa-fé, com a ciência de que elas não são uma cooperação formal com o aborto do qual as células foram extraídas e do qual as vacinas derivam.
Essa conferência é a quinta iniciativa sobre questões de saúde promovida pelo Conselho Pontifício para a Cultura do Vaticano, tendo como objetivo a discussão de como a ciência, a solidariedade e a espiritualidade podem enfrentar as principais ameaças à saúde global, deixando de lado diferenças políticas, religiosas e ideológicas.
Desenvolvimento das vacinas
O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, que também falou no primeiro dia na conferência, afirmou que a corrida para produzir uma vacina eficaz contra a covid-19 criou exemplos sem precedentes de colaboração e eficiência.
Ele admitiu que a Pfizer não tinha um acordo comercial formal assinado com seu parceiro de desenvolvimento, a BioNTech, até janeiro deste ano.
Bourla e o CEO da empresa alemã, o médico oncologista Ugur Sahin, deram um "aperto de mão virtual", através de uma videoconferência, e começaram a trabalhar, pois ambos não queriam "perder tempo" com o desenvolvimento da vacina esperando questões burocráticas, como a elaboração de contratos.
Já o CEO da Moderna, o bilionário francês Stéphane Bancel, disse que a iniciativa de desenvolvimento de vacinas promovida pela administração do ex-presidente Donald Trump, apelidada de Operação Warp Speed, permitiu à empresa não apenas superar os obstáculos regulatórios mais rápido do que o normal, mas também a assumir riscos que antes não seriam viáveis, graças ao financiamento do governo.
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