Bolsonaro deveria visitar Ucrânia após viagem à Rússia, diz embaixada
O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoliy Tkach, disse, em entrevista ao jornal O Globo ontem, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria visitar os ucranianos após anunciar viagem à Rússia em meio ao conflito entre os países.
"Acreditamos que uma visita do presidente do Brasil à Ucrânia equilibraria sua visita à Federação Russa", afirmou Tkach.
Os Estados Unidos e a União Europeia veem o envio de tropas russas para a fronteira com o país vizinho como preparação para uma guerra com o intuito de evitar que a Ucrânia entre para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar que constitui em um sistema de defesa coletiva através de seus Estados-membros.
Moscou nega a intenção de iniciar uma ofensiva, mas, em contrapartida, exige garantias de que a Ucrânia não venha a se tornar membro da Otan. Além disso, Moscou insiste que os aliados renunciem à presença militar em algumas partes do leste da Europa.
O encarregado de negócios da embaixada ressalta que o Brasil é membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e que deve defender a autodeterminação dos povos e não intervir em assuntos internos, além de pregar pacificação de conflitos.
"No Brasil são mais de meio milhão de brasileiros de origem ucraniana que têm suas famílias na Ucrânia sob a ameaça russa e esperam um posicionamento do Brasil ao respeito da agressão russa contra a Ucrânia."
Apoio à Ucrânia
Anatoliy Tkach torce para que Bolsonaro se manifeste a favor da Ucrânia. "Não temos informações sobre isso, mas gostaríamos de acreditar que o presidente do Brasil se manifestará em apoio à Ucrânia em seu diálogo com seu colega russo."
Apesar da presença de milhares de soldados russos na fronteira com a Ucrânia, o encarregador de negócios da embaixada diz que o foco deve ser a diplomacia. "Apesar de a Rússia ter deslocado mais de 100 mil soldados para as fronteiras da Ucrânia, não há indicadores sugerindo que o Kremlin já decidiu atacar. Sendo este o caso, deveríamos estar fortemente focados na diplomacia. A agressão russa não tem apenas dimensões militares, mas também econômicas, financeiras, campanhas de desinformação, bem como ataques cibernéticos em massa."
Na sexta-feira (28), os Estados Unidos elevaram o alarme sobre o risco de invasão russa à Ucrânia. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que "embora nós não acreditemos que o presidente Putin tinha tomado uma decisão final de usar suas forças contra a Ucrânia, ele claramente tem agora essa capacidade".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.