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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Piores medos se tornaram realidade': Líderes criticam ataque à Ucrânia

Do UOL*, em São Paulo

24/02/2022 03h57Atualizada em 24/02/2022 13h54

Líderes de todo o mundo criticaram a invasão da Rússia à Ucrânia, que começou na manhã de hoje, no horário local (meia-noite no horário de Brasília). Segundo o exército ucraniano, ao menos 50 russos foram mortos, e explosões foram registradas nas áreas de fronteira.

Nas redes sociais, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse ser necessário construir uma coalizão anti-Putin.

"Estamos construindo uma coalizão anti-Putin", disse Zelensky depois de conversar com os chefes de Estado de Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, entre outros. "O mundo deve obrigar a Rússia à paz".

Em uma mensagem de vídeo no Facebook após o início da operação militar russa contra a Ucrânia, Zelensky decretou a lei marcial em todo o país e disse que conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Ele comparou o ataque russo ao dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. "A Rússia atacou traiçoeiramente nosso Estado pela manhã, como a Alemanha nazista fez nos anos da Segunda Guerra Mundial. A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial. A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense".

"Cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque. É uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve frear Putin. A hora de atuar é agora", escreveu no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou a operação militar da Rússia na Ucrânia, dizendo que foi "não provocada e injustificada", em comunicado da Casa Branca enviado à imprensa no início da madrugada de hoje. Para Biden, o presidente Vladimir Putin escolheu uma "guerra premeditada" e "que trará uma perda catastrófica".

Em pronunciamento, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson disse que os "piores medos se tornaram realidade".

Nossos piores medos agora se tornaram realidade e todos os nossos avisos se mostraram tragicamente precisos. Não posso acreditar que isso tenha sido feito em nome do povo russo, ou que Putin realmente queira o status de pária que isso trará ao regime. Boris Johnson, premiê do Reino Unido

Johnson também disse que o presidente russo "atacou um país amigo sem qualquer provocação e sem qualquer desculpa".

Nas redes sociais, ele se disse "chocado", e que Putin escolheu um "caminho de derramamento de sangue".

"Estou chocado com os terríveis acontecimentos na Ucrânia e falei com o presidente Zelensky para discutir os próximos passos. O presidente Putin escolheu um caminho de derramamento de sangue e destruição ao lançar este ataque não provocado à Ucrânia. O Reino Unido e nossos aliados responderão de forma decisiva", escreveu.

O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, disse que este é um "dia sombrio" para a Europa.

"O ataque russo à Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional. Nada pode justificá-lo. A Alemanha condena veementemente este ato imprudente do presidente Putin. Nossa solidariedade é com a Ucrânia e seu povo", declarou ele no Twitter. "A Rússia deve parar esta ação militar imediatamente. Hoje iremos coordenar estreitamente no âmbito do G7, da Otan e da UE. Este é um dia terrível para a Ucrânia e um dia sombrio para a Europa".

Russland muss diese Militäraktion sofort einstellen. Im Rahmen der G7, der Nato und der EU werden wir uns heute eng absprechen. Dies ist ein furchtbarer Tag für die Ukraine und ein dunkler Tag für Europa. (2/2)

-- Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) February 24, 2022

O presidente da França, Emmanuel Macron, também condenou o ataque e disse que o país se solidariza com a Ucrânia.

"A França condena firmemente a decisão da Rússia de guerrear contra a Ucrânia. A Rússia deve encerrar as operações militares imediatamente", escreveu ele no Twitter. "A França é solidária com a Ucrânia. Ela se coloca ao lado dos ucranianos, e age com parceiros e aliados para cessar a guerra".

La France est solidaire de l'Ukraine. Elle se tient aux côtés des Ukrainiens et agit avec ses partenaires et alliés pour que cesse la guerre.

-- Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) February 24, 2022

Em pronunciamento em rede nacional, Macron disse que este é o mais sério ataque à paz em décadas, e que este é um "ponto de virada" na história do continente e do país.

Ao escolher a guerra, o presidente Putin não só atacou a Ucrânia. Ele decidiu conduzir o ataque mais sério à paz, à estabilidade na Europa em décadas Emmanuel Macron, presidente da França

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan denunciou nesta quinta-feira (24) "um golpe à paz e à estabilidade regionais" após a invasão da Ucrânia por parte do exército russo. "Rejeitamos esta operação inaceitável", disse o chefe de Estado turco em um discurso televisionado na sede da presidência, renovando seus apelos para resolver os problemas "por meio do diálogo".

Turquia, membro da Otan, é um aliado próximo da Ucrânia, mas também está vinculada a Moscou por inúmeros acordos comerciais.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu que os "atos irresponsáveis" da Rússia sobre a Ucrânia "não ficarão impunes". "O Canadá condena, nos termos mais enérgicos, o ataque injustificável da Rússia à Ucrânia", declarou ele em comunicado, dizendo que a manobra de Moscou é uma "flagrante violação da soberania e da integridade territorial".

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Para o o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, o diálogo com Putin agora é "impossível". "Putin precisa colocar fim imediato ao derramamento de sangue e retirar as forças militares das fronteiras ucranianas de maneira incondicional", ressaltou o premiê em pronunciamento, reforçando o apoio e a solidariedade do país a Kiev.

Secretário-geral da ONU faz apelo a Putin e pede o fim do conflito

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, enviou uma mensagem eloquente a Putin, para que acabe com o ataque militar à Ucrânia "em nome da humanidade".

Ao final da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira à noite, que coincidiu com o anúncio de Putin do início de uma operação militar de suas tropas na Ucrânia, Guterres declarou que este é "o dia mais triste" desde que assumiu o cargo à frente da ONU.

Chefe da UE promete responsabilizar Putin por ataque 'injustificado'

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou o ataque "injustificado" da Rússia à Ucrânia e garantiu que a União Europeia responsabilizará o Kremlin.

"Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e com as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas. Vamos responsabilizar o Kremlin", ameaçou Von der Leyen no Twitter.

China não condena Moscou

A China afirmou que acompanha de perto a situação na Ucrânia após a intervenção militar russa, mas não condenou Moscou e pediu a todos que evitem uma escalada.

"Pedimos a todas as partes que exerçam moderação para evitar que a situação saia do controle", disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, sem condenar a Rússia.

Incontáveis vidas em risco, diz Otan

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, denunciou o "ataque irresponsável e não provocado" da Rússia contra a Ucrânia, e alertou que deixa "incontáveis vidas em risco".

"Mais uma vez, apesar de nossas repetidas advertências e esforços incansáveis para um compromisso na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país independente e soberano", acrescentou.

Também disse que a Otan "fará tudo o que for necessário para proteger e defender todos os aliados".

*Com informações da AFP