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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin aproxima Otan e pode criar guerra civil na Ucrânia, diz professora

Colaboração para o UOL

03/03/2022 09h09Atualizada em 03/03/2022 10h44

Na avaliação da professora de relações internacionais Danielle Ayres, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Estudos Estratégicos e Política Internacional Contemporânea da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a guerra deflagrada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra a Ucrânia pode acabar aproximando uma eventual ameaça da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aos russos.

Ao UOL News, Danielle também analisa que, mesmo Putin derrubando o governo de Volodymyr Zelensky, o conflito pode não chegar ao fim. "Putin aproxima a Otan dele, com o rearmamento muito mais intenso dos países que já são membros e uma tensão na Ucrânia que pode ser vencida nos próximos dias, mas vai ser uma disputa nos próximos meses", diz.

"Do ponto de vista militar, óbvio que a Rússia tem mais recursos para vencer a guerra, mas do ponto de vista diplomático, ela já perdeu. O que ela vai produzir é uma Ucrânia inflamada com guerra de guerrilha, uma guerra civil, mesmo com líder pró-Rússia", completa a professora.

O oitavo dia da invasão da Rússia à Ucrânia começou com uma nova onda de ataques, atingindo áreas civis pelo país. O foco de atenção está no sul ucraniano. Após os russos tomarem a cidade de Kherson ontem, as cidades portuárias de Mariupol e Odessa são hoje alvo de avanços das forças do país presidido por Vladimir Putin.

Guerra contra Ucrânia pode causar "russofobia"

Danielle Ayres também observa que a guerra da Rússia contra a Ucrânia pode causar uma "russofobia". "Uma coisa é o governo russo, outra coisa são os cidadãos russos. A população russa não está atacando a Ucrânia, mas é conduzida por um líder que ataca."

A divergência entre população e governo russo fica evidente com a onda de protestos no país. Mais de 5.100 pessoas já foram presas na Rússia por manifestações contrárias ao governo desde o início da invasão russa, informou a ONG de monitoramento de violência OVD-Info. Só no domingo (27), quase 2 mil pessoas foram detidas. Na Rússia, os protestos devem ser autorizados pela prefeitura.

A ativista Elena Osipova, sobrevivente do Cerco a Leningrado, ação realizada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, foi detida hoje pela polícia, em São Petersburgo, depois de protestar contra a invasão russa ao território ucraniano.]

Elena levava consigo dois cartazes que pediam a paz na Ucrânia e o fim das armas nucleares no mundo. A idosa foi presa por dois policiais de choque, no centro da cidade, e levada no camburão.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais notícias no UOL News com Fabíola Cidral: