'Guerra ameaça segurança alimentar em todo o mundo', diz Comissão Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou nesta terça-feira (22) que a "agressão" do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao invadir a Ucrânia tem consequências muito além da Europa. A afirmação foi dada em um Fórum Humanitário.
"As necessidades humanitárias" globais "já estão em alta, a guerra feita pelo Kremlin ameaça a segurança alimentar em todo o mundo", disse Von der Leyen, de acordo com a CNN Internacional.
A presidente da comissão também confirmou a contribuição de 2,5 bilhões de euros "até 2024 para lidar com a escassez mundial de alimentos em regiões mais afetadas", além de criar "medidas especiais para aumentar a produção de alimentos na Europa".
Na semana passada, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), avaliou que os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que se estende por quase um mês, na economia global exigirão que os governos forneçam subsídios para os consumidores mais pobres, impactados com a alta das contas de alimentos e energia.
A avaliação foi apresentada em sua primeira análise abrangente sobre a crise econômica desencadeada pelo conflito no leste europeu.
A OCDE calcula que a Rússia e a Ucrânia respondem por 30% das exportações globais de trigo, e quase 15% das exportações de milho. Desde o início da invasão em 24 de fevereiro, os preços do trigo quase dobraram e os preços do milho subiram mais de 40%.
Dados divulgados pela FAO, a agência de alimentos da ONU, revelaram que o confronto militar entre duas potências agrícolas - Rússia e Ucrânia - deve levar ao aumento de mais de 20% em média nos preços de alimentos no mundo.
Segundo a FAO, mesmo antes da guerra eclodir, o mês de fevereiro já registrou a maior alta nos preços de commodities agrícolas. Mas, com o conflito, a previsão é de que a tendência seja de um aumento ainda maior a partir dos próximos meses, com até 30% das terras aráveis ucranianas não podendo ser utilizadas.
Outra preocupação da FAO se refere à fome nos países mais pobres. Hoje, cerca de 50 países pelo mundo dependem dos cereais russos e ucranianos. Sem esses produtos, a agência estima que entre 8 milhões e 13 milhões de pessoas podem ser incorporadas no exército de famintos pelo mundo.
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